A Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) manifestou, através de um comunicado, a sua profunda preocupação com a escalada de greves promovidas pelo SIEAP no Terminal XXI, em Sines.
Para a AGEPOR, estes acontecimentos representam um cenário já conhecido, recordando o que sucedeu no porto de Lisboa, onde uma sucessão de paralisações conduziu a uma quebra abrupta da actividade portuária e ao consequente desemprego de muitos estivadores.
No caso de Sines, a associação alerta que os riscos são ainda mais graves, atendendo às características próprias da sua operação. Sendo um porto fortemente vocacionado para o transbordo, mais de oitenta por cento dos contentores movimentados destinam-se a outros portos, o que torna a perda de carga muito mais célere e o seu eventual regresso bastante mais difícil.
A concorrência directa de infra-estruturas como Tânger Med, Valência ou Barcelona facilita a deslocação imediata das linhas marítimas, com impacto directo na competitividade do porto português.
O comunicado da AGEPOR não deixa igualmente de sublinhar o contributo construtivo da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários (FNSTP), que recentemente dirigiu uma carta aberta aos parceiros sociais. Nesse documento são apresentadas propostas com vista a reforçar a produtividade e a competitividade das empresas portuárias, assegurando o investimento, a estabilidade dos postos de trabalho e a valorização das condições de vida dos trabalhadores.
Para a AGEPOR, este é o caminho de responsabilidade que deve ser seguido. A associação apela, assim, a uma reflexão séria por parte do SIEAP, advertindo que a persistência na via das greves poderá transformar a falta de bom senso de alguns em prejuízo para muitos.
A repetição de paralisações no porto de Sines, afirma, conduzirá inevitavelmente à quebra da actividade, à destruição da confiança dos armadores e, em última análise, ao desemprego dos trabalhadores.
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