As tensões no Mar Vermelho reacenderam-se no passado domingo, com um ataque levado a cabo pelos rebeldes Houthis do Iémen contra o navio mercante Magic Seas, navegando sob bandeira da Libéria e operado por interesses gregos.
A embarcação foi atingida através de uma ofensiva combinada que incluiu armas ligeiras, com foguetes, mísseis e embarcações não tripuladas carregadas com explosivos.
O ataque ocorreu a sudoeste da cidade portuária de Hodeidah, em águas do Mar Vermelho. Na sequência dos danos sofridos, a tripulação foi forçada a abandonar o navio, devido aos enormes danos. Todos os membros da tripulação foram posteriormente resgatados em segurança.
O porta-voz militar dos Houthis, Yahya Saree, declarou que o navio acabou por afundar, salientando que os rebeldes haviam dado tempo suficiente à tripulação para abandonar a embarcação antes de a alvejar directamente. Alegou ainda que o ataque teve como motivação o facto de a operadora do Magic Seas continuar a enviar navios para portos israelitas. Até ao momento, não existe confirmação independente do que o navio afundou mesmo, embora relatos de fontes marítimas indiquem que o navio estaria efectivamente em risco de naufrágio.
No dia seguinte, os Houthis lançaram um segundo ataque, desta vez contra o graneleiro Eternity C, também de gestão grega. A embarcação foi atacada aproximadamente 50 milhas náuticas a sudoeste de Hodeidah. Dois tripulantes ficaram feridos e outros dois encontram-se desaparecidos. O navio terá ficado à deriva após o ataque, em situação de vulnerabilidade. Este novo ataque surge após vários meses de relativa inactividade por parte dos Houthis no mar, sendo o primeiro incidente grave deste tipo desde Dezembro de 2024.
Em resposta à ofensiva de domingo, Israel lançou ataques aéreos contra várias infra-estruturas localizadas em território sob controlo Houthi. Foram visados os portos de Hodeidah, Ras Isa e Salif, bem como a central eléctrica de Ras Kanatib. Entre os alvos esteve igualmente o Galaxy Leader, navio capturado pelos Houthis em 2023, que terá sido transformado numa base flutuante de vigilância e comando. Após os bombardeamentos israelitas, os Houthis retaliaram com o lançamento de mísseis e drones dirigidos a várias cidades israelitas, incluindo o aeroporto Ben Gurion, o porto de Ashdod e a cidade de Eilat. As autoridades israelitas afirmaram que os ataques não causaram vítimas nem danos materiais significativos.
Este novo ciclo de hostilidades no Mar Vermelho surge num contexto em que os Houthis, desde finais de 2023, têm vindo a atacar navios mercantes ligados a interesses ocidentais ou associados, directa ou indirectamente, ao Estado de Israel. Em Fevereiro de 2024, os rebeldes assumido a autoria do MV Rubymar ( que afundou ) e, em Junho, do MV Tutor.
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