Os oceanos desempenham um papel crucial na regulação climática global. No entanto, eles vivem com a crescente ameaça devido à poluição, derramamentos de petróleo, vazamentos de óleo e outros impactos ambientais negativos. Na COP 28, a atenção para a saúde dos oceanos não ganhou destaque como deveria, mas esteve presente, com especialistas e líderes destacando a necessidade urgente de acções para preservar esse ecossistema vital do planeta.
O Grupo de Amigos do Ocean-Climate, uma rede de países com interesses semelhantes na integração do oceano nos processos da UNFCCC - (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima) , anunciou uma expansão significativa durante a COP 28. Cinco novos países – Gana, México, Palau, Panamá, República da Coreia – e a União Europeia uniram-se ao grupo, fortalecendo a voz colectiva em prol da protecção dos oceanos.
Virginijus Sinkevičius, Comissário Europeu para Meio Ambiente, Oceanos e Pescas, declara: “O oceano deve ser incluído na Decisão do Global Stocktake da COP 28, com o objectivo de alcançar as metas de longo prazo do Acordo de Paris. A acção ambiciosa em direcção à neutralidade climática é crucial para preservar a função natural do oceano como carbono azul. A União Europeia está juntando-se aos Amigos do Ocean-Climate para avançar nas discussões internacionais sobre o oceano e o clima”.
O grupo tem sido eficaz em influenciar as discussões da UNFCCC, defendendo a criação do Diálogo sobre Oceanos e Mudanças Climáticas e apoiando as negociações relacionadas à inclusão do oceano no Global Stocktake.
Luis Estévez-Salmerón, da Ocean Conservancy, que actua como Secretário Interino do Grupo de Amigos do Ocean-Climate desde 2019, enfatiza: “O oceano pode proporcionar uma quantidade significativa das reduções de emissões necessárias para manter a meta de 1,5°C do Acordo de Paris ao nosso alcance. Os Amigos do Ocean-Climate estão impulsionando a inclusão do oceano em estratégias climáticas nacionais, incluindo NDCs e Planos Nacionais de Adaptação (NAPs)”.
No entanto, desafios persistem, como evidenciado pelo baixo número de países costeiros que mencionam energia renovável oceânica nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Apenas 14% incluíram tal menção até o verão de 2023, segundo a Ocean Conservancy.
O potencial da energia renovável oceânica, como a eólica offshore, é vasto, podendo fornecer 18 vezes a procura mundial de eletricidade de forma sustentável.
A COP 28 destaca a importância vital dos oceanos para a saúde do planeta e destaca a necessidade urgente de acções globais. As alianças e iniciativas emergentes, como as da Aliança para os recifes de coral e Aliança para os manguezais, oferecem esperança para a protecção e preservação desses ecossistemas críticos. O desafio agora é traduzir os compromissos e discussões em acções tangíveis, assegurando um futuro sustentável para os nossos oceanos.
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