Mesmo os cientistas experientes na monitorização da temperatura dos oceanos terrestres estão coçando a cabeça para entender o movimento recente nos termómetros. A temperatura média do mar tem registrando sucessivas altas desde o começo de março, o que resultou num recorde histórico de calor no mês de abril.
Nos últimos dois meses, a temperatura média global da superfície do mar aumentou quase 0,2ºC, atingindo o recorde de 21,1ºC em abril passado, 0,1ºC acima do registrado em março de 2016, que figurava no topo da lista dos meses mais quentes nos oceanos. Como Nicola Jones escreveu na Revista Nature, o aumento da temperatura do mar não é exactamente uma surpresa, já que está em linha com o que os modelos climáticos apontam em decorrência da mudança do clima. O que causa curiosidade é o momento em que essa alta ocorre – antes da ocorrência do fenómeno El Niño, e não durante.
“Isso significa que as temperaturas oceânicas mais quentes do que a média provavelmente persistirão ou até se intensificarão, trazendo consigo clima mais extremo e ondas de calor marinhas, que representam problemas para a vida marinha, de corais a baleias”, assinalou.
Mas o aquecimento recente dos oceanos indica o quanto a mudança do clima está interferindo nas dinâmicas naturais do ambiente marinho, com efeitos potencialmente desastrosos para as espécies que vivem no mar. “A capacidade de retenção de calor do oceano é gigantesca. O oceano capta mais de 90% do desequilíbrio de energia que estamos criando devido às mudanças climáticas antropogénicas”, explicou Paul Durack, investigador do Laboratório Nacional Lawrence Livermore do Departamento de Energia dos EUA, ao Guardian.
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