A startup Seatrec lançou um sistema de recolha de energia térmica que permite recarregar um planador subaquático através das diferenças de temperatura no fundo do oceano.
Nova tecnologia permite recarregar planadores subaquáticos utilizando as diferenças de temperatura do oceano
Os planadores subaquáticos são cada vez mais usados para explorar o fundo dos oceanos, para fazer investigação de objetos afundados ou até para usos militares.
No entanto, devido ao curto orçamento e recursos disponíveis para os recuperar no fim das suas missões, ou seja, assim que a bateria termina, acabam por ser considerados muitas vezes como dispensáveis e deixados no fundo do mar.
Como este procedimento acarreta um grande desperdício de recursos e a poluição do fundo do mar com equipamentos com baterias de lítio, consideradas tóxicas, a startup Seatrec, cujo CEO é o ex-cientista da NASA Yi Chao, desenvolveu uma nova tecnologia que promete tornar-se uma solução para este problema.
Nova tecnologia utiliza transição de sólido-líquido e líquido-gás para carregar baterias
Baseando o seu funcionamento na tecnologia de proporção a jato da NASA, o sistema SL1 de recolha de energia térmica promete ajudar a carregar os planadores subaquáticos, permitindo que estes regressem à base e que não fiquem abandonados no fundo do mar.
Para realizar o carregamento das baterias, o sistema SL1 aproveita a forma como algumas substâncias transitam do estado sólido para o líquido, quando aquecidas e arrefecidas, de forma a gerar eletricidade.
Como funciona este sistema de energia renovável?
Depois de ser lançado e ancorado no fundo do mar, este equipamento irá utilizar um módulo que vai subindo e descendo, através de um cabo, procurando diferentes temperaturas.
Ao variar entre zonas mais quentes e mais frias, este sistema permite que uma substância baseada em cera de parafina, colocada em volta tubo de borracha cheio de óleo hidráulico dentro de um cilindro de alumínio, varie entre o estado sólido e líquido e produza eletricidade.
Quando o módulo está numa zona mais fria, a cera encontra-se no estado sólido. Já quando transita para uma zona mais quente (pelo menos 10º), a cera derrete e transforma-se em líquido. Nesta fase a pressão também aumenta e comprime o tubo, fazendo com que o óleo seja projetado para fora do cilindro através de um gegerador.
Essa passagem do óleo pelo gerador permite criar energia que é consumida de forma imediata ou armazenada numa bateria.
Quando volta a transitar para uma zona mais fria, a cera passa para estado sólido e retira a pressão no cilindro, fazendo com que o óleo volte para a posição inicial. Este processo é assim cíclico e pode ser usado múltiplas vezes.
Sistema pode carregar planadores subaquáticos
Quando o planador subaquático se aproxima, além de transferir os dados recolhidos e o seu estado, aproveita também para recarregar a sua bateria.
Desta forma, estes equipamentos conseguem ser recarregados e reutilizados, podendo até manter uma operação constante, sendo apenas afetados por falhas mecânicas ou elétricas.
Este sistema está já a ser comprado por investigadores académicos que procuram dados oceanográficos, assim como empresas governamentais e militares.
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