sexta-feira, 6 de março de 2020

Cratera gigante na Alemanha pode revelar segredos do antigo oceano de Marte


O estuda de uma cratera gigante, localizada no sul da Alemanha, pode ajudar os cientistas a determinar quais eram as condições ecológicas de Marte há mil milhões de anos, podendo revelar “segredos” do seu antigo oceano.
Trata-se de Nördlingen Ries, uma formação geológica com 26 quilómetros de diâmetro que foi criado pelo impacto de um meteorito há 15 milhões de anos, tal como explicam os cientistas no novo estudo recentemente publicado na revista Science Advances.
No passado distante, a cratera continha água líquida e a análise de isótopos de hidrogénio preservados nas suas rochas permitiu determinar algumas das características químicas mais importantes deste antigo corpo de água: o potencial de hidrogénio (pH) e a sua basicidade (propriedade que um corpo tem de servir de base a uma combinação).
“As amostras analisadas da cratera de Ries têm proporções de isótopos de nitrogénio que são melhor explicar por um pH elevado. Além disso, os minerais nos sedimentos antigos dizem-nos que a alcalinidade era também muito alta”, explicou Eva Stüeken, uma das cientistas envolvidas na investigação, citada em comunicado da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos
Um estudo semelhante sobre as rochas de Marte, sustentam os cientistas citados pela Russia Today, poderia explicar o mistério do oceano marciano que, de acordo com uma hipótese científica, cobriu o Planeta Vermelho há milhões de anos.
“Para que o planeta aqueça o suficiente para ter água líquida à sua superfície, a sua atmosfera precisou, muito provavelmente, de uma quantidade enorme de gases de efeito de estufa, especificamente dióxido de carbono”, explicou Chris Tino, co-autor do estudo.
Uma presença tão elevada de dióxido de carbono teve de se reflectir nas águas do antigo Marte, que tiveram que combinar um pH moderado com uma alta basicidade. O método agora desenvolvido pelos cientistas poderá vir a ajudar a avaliar essas características com base que, no futuro, chegarão do Planeta Vermelho.

“Antes deste estudo, não era claro que algo tão simples como os isótopos de nitrogénio pudessem ser utilizados para estimar o pH das águas antigas de Marte”, resumiu Tino.

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