Viagem não deveria ter passado de um curto passeio, mas a avaria no motor da embarcação deu início a um pesadelo de quase seis semanas. Três dos passageiros morreram.
A 8 de Setembro do ano passado, cinco pessoas partiram da costa da Papua Nova Guiné numa embarcação modesta, para uma curta viagem entre a ilha onde viviam, Fissoa, e a ilha vizinha de Simberi. Mas aquilo que poderia ter-se resumido a um passeio agradável acabou por se transformar num pesadelo a que só sobreviveram dois dos cinco passageiros.
Rickson Masol, de 32 anos, e Chris Pagan, de 49, são os sortudos desta história: foram os únicos que resistiram às consequências de uma avaria no motor da embarcação onde o grupo seguia, o que implicou um desvio de cerca de 966 quilómetros da rota prevista. Sem motor, a embarcação ficou entregue às correntes e andou à deriva durante 41 dias. Sem poder fazer comunicações, a dupla sobreviveu bebendo a água da chuva que caía e comendo cocos que iam chegando trazidos pelas ondas.
Os outros três passageiros, entre os quais se incluía uma mulher grávida, acabaram por falecer em circunstâncias que ainda não foram apuradas. Mas Masol e Pagan sobreviveram e acabaram por conseguir chegar à Micronésia, vizinha da Papua Nova Guiné.
Surpreendentemente, após seis semanas a fazerem uma alimentação exclusivamente composta por cocos e água da chuva, os dois homens chegaram à Micronésia “de boa saúde”, relata o “The Telegraph”, citando um relatório da Organização Internacional da Migração (OMI). “Estamos tão felizes por estar em casa”, disse Masol ao chegar a Port Moresby, capital do seu país, esta quarta-feira. “Estar perdido no mar foi aterrorizador mas estamos a ser muito bem tratados desde que chegámos”.
Embora pareça uma história de filme, este não é caso único. Há muitos casos de cidadãos daquele país que vão parar à Micronésia por motivos semelhantes, embora nem todos tenham tanta sorte como estes dois sobreviventes. “Há certamente muitos outros casos que nunca chegamos a descobrir nestas ilhas e mares remotos”, diz George Gigauri, da OMI, citado pelo “The Telegraph”.
Desde 2007, a organização já ajudou a repatriar 19 cidadãos da Papua Nova Guiné que chegaram às costas da Micronésia. No entanto, o processo é demorado – já na Micronésia, Masol e Pagan demoraram quase tanto tempo a chegar a casa como aquele em que andaram perdidos depois do motor da embarcação ter falhado.
Fonte: Expresso
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