Moscovo veio a público lançar graves acusações contra Londres, alegando que as autoridades britânicas se encontrariam a preparar uma operação de grande envergadura destinada a atingir a chamada “frota fantasma” russa. .Segundo a narrativa apresentada pelo Kremlin, tal acção poderia assumir a forma de uma provocação de “falsa bandeira”, encenada para criar um pretexto susceptível de endurecer medidas restritivas sobre os compradores de crude oriundo da Federação Russa. Esta não é, contudo, a primeira vez que Moscovo recorre a acusações desta natureza: ainda em Junho, o Serviço de Informações Externas (SVR) denunciara alegadas manobras conjuntas entre o Reino Unido e a Aliança Atlântica com vista a instigar incidentes no Mar Báltico, embora sem fornecer prova tangível que sustentasse tais afirmações. Especialistas independentes têm encarado estas declarações como parte de uma estratégia comunicacional que visa projectar suspeitas sobre os adversários externos e moldar a opinião pública interna.
Organizações de monitorização, como a ACLED, assinalaram que, nos últimos meses, se verificou um incremento de episódios enigmáticos na região, incluindo sabotagens e incêndios de origem pouco clara, o que contribui para um clima de incerteza e tensão. Num quadro internacional já marcado por múltiplos conflitos e disputas económicas, a alegada ameaça contra a “frota fantasma” acrescenta mais um elemento à complexa teia de acusações cruzadas entre Moscovo e as capitais ocidentais, mantendo aceso um jogo de sombras em que a informação e a contra-informação se entrelaçam de forma quase indistinta.
A chamada “frota fantasma” é peça fulcral na engrenagem económica russa, permitindo que o crude chegue a mercados dispostos a contornar sanções. Com navios registados sob bandeiras de conveniência e rotas discretas, garante a Moscovo receitas cruciais para o orçamento do Estado e para a sustentação de sectores estratégicos, mesmo sob forte isolamento internacional.
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