O quebra-gelo nuclear NS Yamal é um dos navios mais imponentes já a serviço da frota russa. Lançado em 1992, ele pertence à antiga classe Arktika, desenvolvida para garantir navegação o ano todo no Ártico, mesmo em meio a blocos de gelo de mais de dois metros de espessura.
Construído no estaleiro Baltic Shipyard, em São Petersburgo, recebeu o nome da península de Yamal, na Sibéria, cujo significado na língua nenets é “fim do mundo” , uma escolha que combina perfeitamente com o cenário extremo em que actua. Com 150 metros de comprimento, 30 metros de boca e um deslocamento de cerca de 23,5 mil toneladas, o Yamal é movido por dois reatores nucleares OK-900A, capazes de gerar aproximadamente 54 megawatts de potência no eixo, o que lhe permite alcançar velocidades de até 21 nós em águas limpas e romper gelo de até 2,3 metros de espessura. A sua tripulação, composta por cerca de 150 pessoas, mantém a operação contínua em algumas das condições mais hostis do planeta.
Ao longo de sua carreira, o navio não se limitou à função de escoltar comboios comerciais; também participou de expedições científicas e até de cruzeiros turísticos até o Pólo Norte Geográfico, levando passageiros a uma das viagens mais exclusivas do mundo. Mesmo não sendo actualmente o maior quebra-gelo em operação, o Yamal esteve, por anos, entre os mais poderosos e representativos navios de sua categoria.
Tornou-se um símbolo da presença russa no Ártico, da capacidade tecnológica da engenharia naval soviética e do esforço contínuo para dominar rotas estratégicas em mares congelados. O seu legado é o de um navio que combina força, resistência e prestígio, permanecendo na memória coletiva como um gigante nuclear que desbravou o “fim do mundo”.
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