Durante este verão, várias empresas chinesas começaram a utilizar a Rota do Mar do Norte (NSR), no Árctico russo, como alternativa mais curta para o comércio com a Europa.
Esta rota, acessível apenas durante os meses de degelo, reduz significativamente a distância entre a Ásia e a Europa em relação ao tradicional Canal do Suez.Navios como o NewNew Panda 1 (4.363 TEU) e o Xin Xin Tian 1 (2.741 TEU) receberam autorização da Rússia para navegar pela NSR entre Agosto e Outubro, apesar de não possuírem classificação “ice-class”, ou seja, sem reforço estrutural para enfrentar gelo.
A empresa Newnew Shipping já havia completado 13 viagens por esta rota em 2024, movimentando cerca de 20.000 TEU. Em parceria com a estatal russa Rosatom, anunciou a encomenda de cinco navios de classe Arc7, preparados para navegar no gelo e com capacidade de 4.400 TEU cada. Prevê-se que estejam operacionais até 2030, permitindo operações durante todo o ano.
Esta aposta faz parte da estratégia chinesa da Rota da Seda Polar, com o objectivo de encurtar o trajecto entre Xangai e Hamburgo em mais de 4.000 milhas náuticas. A nova rota poderá oferecer vantagens logísticas e ambientais, mas enfrenta ainda limitações como a falta de infra-estruturas, os riscos climáticos e as tensões geopolíticas no Árctico. Apesar dos desafios, o crescente interesse de Pequim e a cooperação com Moscovo indicam que esta via marítima poderá ganhar relevância estratégica nas próximas décadas.
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