segunda-feira, 6 de maio de 2024

UNESCO pede maior investimento internacional na investigação oceânica


A Directora-geral da UNESCO apelou para um maior investimento internacional na investigação dos oceanos, para os conhecer e proteger melhor no contexto das alterações climáticas, na abertura da Conferência da Década do Oceano, em Barcelona.

Audrey Azoulay lembrou que apenas 15% do fundo do oceano foi mapeado em profundidade e que as missões ao fundo do oceano são insignificantes em comparação com as missões ao espaço.

“Muito precisa de ser feito e pode ser feito para estudar e proteger os oceanos. E para isso devemos investir na ciência e continuar com a cooperação internacional”, disse, reconhecendo que tal “é difícil” numa altura de “crise e fragmentação da comunidade internacional”.

“Mas se algo nos pode unir são os oceanos”, afirmou Azoulay, alertando que os “mares estão a sufocar” devido ao calor e que todos os anos são atingidas temperaturas recorde.

Na mesma linha, o príncipe do Mónaco, Alberto II, pediu à comunidade internacional para apoiar a ciência, que classificou como a melhor “linguagem comum” para proteger os oceanos.

Ameaçados pelo aquecimento global que causa catástrofes naturais e a extinção de espécies, os oceanos exigem “respostas globais”, assinalou.

“Devemos mobilizar-nos através da ciência. Só a ciência nos permitirá compreender o que nos traz o futuro, que espécies estão a desaparecer e antecipar”, defendeu Alberto II, lembrando que a investigação oceanográfica é um campo de estudo para o qual o Mónaco tem “orgulho” de contribuir desde a época do seu avô, há mais de 150 anos.

Nomeado no ano passado “patrono” da Aliança da Década dos Oceanos pela UNESCO, o Presidente de Cabo Verde interveio igualmente na abertura da conferência, tendo defendido que esta deve representar um incentivo para conseguir compromissos sobre a defesa dos mares.

“O desafio ao qual temos de responder é saber se estamos ou não equipados com as respostas adequadas”, observou José Maria Neves.

O chefe de Estado deste país de língua oficial portuguesa destacou o papel crucial que os oceanos ocupam em Cabo Verde, onde 7% do mar são áreas protegidas para conservar a biodiversidade marinha.

“É a maior riqueza natural do país”, declarou, afirmando que o executivo cabo-verdiano tem promovido a governação sustentável do oceano e a correcta manutenção dos recursos marinhos. A poluição marinha, os ecossistemas, a ligação entre oceano e clima, a economia sustentável dos mares e os sistemas de observação, previsão e alerta precoce são alguns dos temas mais relevantes.

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