sábado, 14 de outubro de 2023

Eólicas oceânicas podem causar impacto em 34 espécies de aves na nossa costa.


De acordo com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que em conjunto com o cE3c e a Fundação Oceano Azul, efectuou um estudo sobre o impacto do licenciamento de energia renovável oceânica (offshore) em larga escala sobre as populações de fauna marinha e em especial nas aves marinhas, indica que as  energias renováveis eólicas oceânicas poderão ter impactos negativos nas populações, habitats e rotas migratórias de centenas de milhares de aves marinhas, nomeadamente em 34 espécies de aves marinhas na costa continental portuguesa.

O alerta dado, indicam as organizações, é de que o actual processo de descarbonização em curso não deve causar a degradação da biodiversidade e apelam à mobilização de conhecimento técnico-científico antes do avanço dos projetos previstos para as costas de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira e Sines.

"A agenda da descarbonização é fundamental para o futuro do planeta e de Portugal, sendo os parques eólicos importantes para essa agenda, mas é fundamental cumpri-la de uma forma correta, não cometendo erros que possam levar a problemas numa outra agenda tão ou mais importante, que é a da proteção e recuperação da biodiversidade", alerta Emanuel Gonçalves, coordenador científico e administrador da Fundação Oceano Azul, acrescentando que "há uma oportunidade única neste momento de fazermos o correto; as eólicas 'offshore' têm a natureza de ocupação industrial do espaço oceânico, e tal deve ser feito com regras e conhecimento, para que a agenda da biodiversidade não se subordine à agenda da descarbonização".

Este exercício de mapeamento avaliou a sensibilidade de 34 espécies de aves marinhas às localizações previstas para a energia eólica "offshore", com base nas suas características ecológicas e comportamentais, evidenciando um forte aumento da sensibilidade de acordo com a distância à costa e às colónias de nidificação. O estudo aponta as áreas propostas de Viana do Castelo Norte, Viana do Castelo Sul e Ericeira como as áreas onde os impactos devem ser considerados e a localização e/ou delimitação destas áreas revista.

Tendo o Governo identificado cinco áreas na costa continental portuguesa para o desenvolvimento da indústria de energias renováveis no mar em larga escala, as organizações consideram que é fundamental que se debata, analise e estude os potenciais impactos e as zonas preferenciais para a sua instalação.

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