sexta-feira, 7 de julho de 2017

Oceanário tem dois novos tubarões


Os dois exemplares nasceram na Alemanha, no âmbito de um programa internacional de reprodução em aquário desta espécie dos recifes de coral, no qual o Oceanário participa, e vão continuar a ser monitorizados aqui
Elegantes, lá vão eles, através da transparência azul. Nas suas voltas, muito perto da superfície, cruzam-se aqui e ali com os outros peixes - mais pequenos, uns, outros bem maiores, como o imponente tubarão-touro. Eles são os dois novos residentes do aquário central do Oceanário: dois pequenos tubarões-de-pontas-negras-de-recife (Carcharhinus melanopterus), e já podem ser ali visitados.
Nascidos em 2015 no Sea Life Centre Oberhausen, na Alemanha, os dois juvenis, que têm agora mais de um metro de comprimento e nove quilos de peso cada um, chegaram a Lisboa em Setembro do ano passado, no âmbito do programa de reprodução e monitorização da espécie em aquário, no qual o Oceanário de Lisboa participa. Vieram juntar-se a outros três exemplares da espécie que estão no Oceanário desde a primeira hora e, como diz a bióloga Núria Baylina, curadora e directora de conservação do Oceanário, a sua vinda é um acontecimento importante. "Os três tubarões-de-pontas-negras-de-recife que já cá estavam têm agora mais de 20 anos e estão a chegar ao fim de vida", explica a bióloga, sublinhando que os dois juvenis "garantem que o Oceanário vai continuar a ter exemplares desta espécie".
Mas não é só isso. Os dois animais nasceram no âmbito do programa de reprodução em cativeiro da espécie, que só recentemente, há cerca de quatro anos, conseguiu o seu primeiro sucesso. Por isso, eles integram o chamado stud-book europeu deste tubarão. Ou seja, fazem parte da população de aquário que está a ser monitorizada para daí se recolherem novos conhecimentos que permitam otimizar a sua gestão para a conservação no seu habitat natural - os recifes de corais do Indo-Pacífico, onde vive a espécie, que está neste momento classificada como "quase ameaçada".

Conhecer para conservar
"É importante continuar a recolher informação e a monitorizar esta espécie nos aquários, porque os novos conhecimentos que assim adquirirmos vão permitir fazer comparações com a sua evolução no meio natural e, eventualmente, conseguir estabelecer programas de conservação mais eficientes", sublinha Núria Baylina.Os dois novos exemplares de tubarão-de-pontas-negras-de-recife do Oceanário passaram por um período de quarentena e depois por uma fase de adaptação - um total de nove meses - antes de passarem para o aquário central, onde estão agora "perfeitamente adaptados", segundo a bióloga. Como juvenis que são, mantêm-se por agora muito perto da superfície - é isso que eles fazem também na natureza para se proteger dos predadores. Com o tempo, hão de aventurar-se mais. Essa evolução, o seu ritmo de crescimento, os parâmetros de bem-estar, os pormenores da dieta e a sua maturação sexual serão cuidadosamente monitorizados pela equipa de Núria Baylina, e depois comunicados ao coordenador internacional do programa de reprodução da espécie em aquário.Este não é, no entanto, o único programa para a reprodução de espécies em aquário em que o Oceanário está envolvido. Neste momento, há mais de uma dezena de programas em curso a nível europeu e internacional e um deles, o da uge-de-pintas-azuis, uma espécie de raia, é inclusivamente coordenado pela equipa do Oceanário."Esse foi o segundo programa do género a ser lançado a nível internacional, em 2007, e desde então já enviámos para vários aquários da Europa, dos Estados Unidos e de Israel mais de 15 raias desta espécie, que nasceram no Oceanário", garante Núria Baylina.

Fonte: DN
Foto: GERARDO SANTOS / GLOBAL IMAGENS

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