sábado, 8 de abril de 2017

Tecnologia transforma em combustível plástico que polui os oceanos


Um desportista náutico e um especialista em química anunciaram ter descoberto forma de transformar em combustível resíduos de plástico que poluem os oceanos, tecnologia que poderia ser instalada directamente em embarcações. "Estão a desenvolver um processo para reutilizar determinados plásticos, que passam de lixo sem utilidade a combustível com valor, através de um pequeno reactor móvel", refere uma informação da Sociedade Norte-Americana de Química hoje divulgada. Os dois empreendedores, que apresentaram o projecto no 253.º Encontro Nacional e Exposição daquela Sociedade, que decorreu em San Francisco, Estados Unidos, dizem aspirar a que a tecnologia "possa um dia ser globalmente instalada em terra e, possivelmente, colocada nos barcos de modo a converter o lixo de plástico que está no oceano em combustível para alimentar as embarcações". "Alguns anos atrás, estava a navegar pelo canal de Panamá, e quando parei numa ilha no lado do Atlântico, fiquei admirado com a quantidade de plástico que cobria a praia. Pensei que, se tivesse a oportunidade de fazer alguma coisa, devia faze-lo", disse o marinheiro James Holm. Acabou por criar uma organização sem fins lucrativos, a Clean Oceans International. O especialista em química orgânica Swaminathan Ramesh, investigador na empresa BASF durante 23 anos e que "procurava uma ideia com o poder de mudar o mundo", juntou os seus conhecimentos às preocupações de James Holm relacionadas com a poluição do oceano devido aos plásticos. O projecto baseia-se na simplificação da tecnologia da pirólise (decomposição molecular através do calor e na ausência de oxigénio), usada para decompor compostos plásticos derivados de hidrocarbonetos (petróleo), mas que exige processos complexos e dispendiosos para refinar como combustível a matéria resultante. O novo processo utiliza um catalisador, que actua sobre uma reacção de pirólise controlada para produzir directamente combustível semelhante ao gasóleo sem necessidade de posterior refinação e é economicamente viável em pequena escala, funciona a baixas temperaturas e é móvel, explica a informação da Sociedade Norte-Americana de Química. "Se conseguirmos que pessoas em todo o mundo utilizem isto para transformar resíduos de plástico em combustível e ganhem dinheiro, ficaremos a ganhar. Podemos mesmo eliminar o lixo de plástico antes de chegar aos oceanos, criando valor localmente, numa base global", defendeu James Holm.

Fonte: CM


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