segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Não desafie o mar revolto. A bravura pode ir-lhe ao bolso

Os azares acontecem a qualquer um, mas antes de dar umas braçadas numa praia com bandeira vermelha, pense duas vezes. Esse mergulho pode custar-lhe muito. No máximo, uma multa daria para pagar outras férias.


Entrar no mar com bandeira vermelha içada dá direito a multa, mas será que nos lembramos disso na hora de querer refrescar o corpo de tanto sol que apanhou?

De acordo com dados da Autoridade Marítima Nacional forneceu ao Notícias ao Minuto, até ao momento foram apenas registadas 11 infracções a esta lei em todo o país, sendo a região do Algarve, dada a afluência de banhistas na época balnear, a zona onde mais se desrespeita a sinalização das bandeiras. Se recuarmos aos últimos três anos, podemos verificar que o número de multas a este respeito (que nunca foi muito elevado) tem vindo a diminuir significativamente de ano para ano. Se não vejamos: em 2013, foram passadas 41 autuações, passando esse número para 19 no ano seguinte e, em 2015, para 18.
Esta é uma lei que já tem 10 anos e que “consta no Edital da praia”, elucida-nos a Autoridade Marítima, relembrando que quem ousar entrar no mar, colocando a sua vida e a de outros em perigo, pode vir a ter de pagar entre 55 a 550 euros.
O objectivo de multar quem experimenta um mar revolto é de fácil compreensão: “Visa essencialmente reforçar, ou melhor relevar, a autoridade dos Nadadores-salvadores e da obrigatoriedade de serem acatadas as suas instruções, pois eles são os responsáveis pela segurança balnear e o seu papel é zelar pela segurança das pessoas, pelo que quando as circunstâncias de mar assim o exigem eles devem impedir as pessoas de ir a banhos e/ ou nadar”, explica a mesma entidade.
Como se processam então as multas, sobretudo num ambiente de mar de gente na praia? São os próprios nadadores salvadores que têm de avaliar a situação, cabendo-lhes a tarefa de exigir que os banhistas não desafiem o mar e as suas instruções. 
“Quando os banhistas lhes desobedecem, colocando-se em perigo e muitas vezes obrigando outros a porem a sua vida em risco para os resgatar, deverá ser chamada a Polícia Marítima para identificar e autuar os autores dessas infrações”.
Passados os autos das infrações, estes entram em fase de instrução até que possam resultar efectivamente na aplicação de multas, o que ainda não aconteceu este ano, sublinha a Autoridade Marítima. 
Apesar de lhe parecer ‘fácil’ escapar a este tipo de multas, o melhor será não brincar com o mar. Não pelo facto de as férias, ou um simples mergulho, lhe poder vir a sair do bolso. É que as vidas perdidas no mar valem bem mais do que isso. Só este ano, de maio até 1 de Setembro, morreram 12 banhistas (em praias com e sem vigia).
Sabemos, é certo, que nem toda a gente morre por afogamento ou directamente por não saber nadar, contudo será sempre mais prudente respeitar a sinalização das bandeiras, onde as há, e avaliar a agitação do mar onde não há qualquer vigilância. Em todo o caso, prefira praias vigiadas – aí terá sempre mais um olho a cuidar de si e, quem sabe, disposto a passar-lhe uma multa.  

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