segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O que significou afinal o triunfo português no mar de Peniche?

Vasco Ribeiro e Frederico Morais venceram nas respectivas baterias ao número 1 e 2 do mundo.


No passado domingo, em Supertubos, em Peniche, os portugueses Frederico Morais e Vasco Ribeiro conseguiram a proeza de eliminarem o australiano Mick Fanning (atual número 1 do mundo) e o brasileiro Adriano de Souza (n.º 2).
Vasco Ribeiro, campeão do mundo de juniores, afastou Adriano ‘Mineirinho’ de Souza, um dos principais candidatos ao título mundial de surf, com 14,36 pontos (5,93 e 8,43). O surfista brasileiro fez apenas 11,80 pontos (5,77 e 6,03).
Já Frederico ‘Kikas’ Morais, 54.º do ‘ranking' de qualificação, conseguiu 16,03 pontos (9,13 e 6,90), melhor do que os 14,40 pontos do australiano Mick Fanning (8,40 e 6,00). Recorde-se que o três vezes campeão do mundo (2007, 2009 e 2013) é o ídolo do surfista português.
"É inacreditável. Não posso esconder, o Mick Fanning é o meu surfista preferido, é um atleta inacreditável, e ganhar-lhe em casa com bom surf, boas ondas, é fora do normal", afirmou o português.
Mick Fanning assumiu a derrota ainda na água e, com o tempo ainda a contar, abraçou e felicitou ‘Kikas' pela vitória.
"Foi bom aquele abraço do Mick Fanning. Não posso esconder, pedi-lhe desculpa e disse-lhe que não quero interferir no título mundial", contou.
Mas então o que representam as vitórias dos portugueses em Peniche e que influência terá no resto do campeonato?
Mick Fanning era o único que tinha hipótese de se sagrar campeão mundial de surf já em Peniche, mas, com a derrota perante o luso, vê assim cair por terra essa possibilidade, remetendo a decisão do título para a última etapa do circuito, em Pipeline.
Frederico Morais já assegurou pelo menos o quinto lugar na prova - o melhor resultado de um surfista luso nas etapas penicheiras. Vasco Ribeiro, actual 38.º do ‘ranking' de qualificação e que compete pela primeira vez no circuito mundial de surf, não escondeu o favoritismo pelo ‘mineirinho' na luta pela conquista do título mundial.
"O ‘mineirinho', este ano, merece ser campeão do mundo. Há muitos anos que está no ‘tour' e é um surfista que admiro muito. Por outro lado também fiquei aliviado porque o Fanning também perdeu e a decisão vai ser no Havai e vai ser, de certeza, emocionante", sustentou, o português que ainda precisa de vencer uma bateria para subir ao mesmo patamar que 'Kikas'.
Os dois portugueses, ‘wild card' (convites por parte da organização) da etapa, nunca tinham conseguido ir tão longe na prova. Recorde-se que os dois portugueses competem na ‘II Liga’ do surf mundial, daí o triunfo da armada lusa ter estado nas bocas do mundo.
Em 2013, também em Peniche, Frederico Morais eliminou o norte-americano Kelly Slater (11 vezes campeão mundial). Depois de ‘Kikas’ ter eliminado Fanning, ainda relegou o antigo campeão mundial Joel Parkinson e Nat Young para a ronda de repescagem.
As vitórias de Ribeiro e Morais serviram acima de tudo para colocar o surf português nas manchetes da imprensa desportiva e para moralizar a estes dois jovens surfistas que, se acreditarem, é possível chegar à 'I Liga' do surf mundial, onde não mora um único português, depois da descensão de Tiago Pires, que já foi eliminado da prova deste ano em mar português, ele que também concorreu com um 'wild card'.
No reatamento da prova, uma vez que esta segunda-feira não houve condições para praticar surf ao mais alto nível, Vasco Ribeiro defrontará Jeremy Flores e Keanu Asing e precisa de vencer para marcar um lugar nos quartos de final, onde já lá mora o compatriota ‘Kikas’. Mesmo que não fique em primeiro na sua bateria, tem ainda outra oportunidade na ronda de repescagem.
Feitas as contas, e ainda há muitas ondas para surfar, Mick Fanning e Adriano de Souza continuam com excelentes hipóteses de se sagrarem campeões, no caso do brasileiro será a primeira vez. Mas os conterrâneos Filipe Toledo e Gabriel Medina (atual campeão do mundo) ainda têm esperanças de dar a volta às contas do circuito mundial de surf.
Fonte: Sapo Desporto


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