Os líderes políticos reunidos na Conferência Nosso Oceano 2015 na cidade de Valparaíso, no Chile, pediram a concretização de acções globais para proteger os ecossistemas marítimos e unir esforços para combater a pesca ilegal e a poluição que os castiga.
"As soluções a estes problemas têm que ser globais porque o oceano é global. Temos que trabalhar conjuntamente porque os cientistas demonstraram que só existe uma única parte líquida do planeta e que deve ser uma fonte de recursos para todos", disse à Agência Efe a subsecretária de Estado dos Estados Unidos para o Crescimento Económico, a Energia e o Meio Ambiente, Catherine Novelli. Nessa mesma linha se expressaram diferentes líderes políticos e autoridades, como o secretário de Estado dos EUA, John Kerry; o príncipe Albert II de Mónaco; o ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, Manuel González, e o Director-geral da Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano. "Os oceanos são vastos, mas a sua capacidade de suportar a degradação é limitada. Trabalhemos juntos de modo coordenado para um futuro sustentável", declarou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, através de um comunicado lido pela secretária-executiva da Comissão Económica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal), Alicia Bárcenas. O chefe da diplomacia americana, que anunciou uma bateria de compromissos para preservar as áreas marítimas, reiterou a sua decisão de trabalhar no marco dos encontros bilaterais para somar novos países aos acordos estabelecidos na reunião. "Comprometo-me a trabalhar do ponto de vista diplomático, nas minhas viagens e reuniões com ministros das Relações Exteriores de outros países, para assegurar que esta responsabilidade que estamos expressando seja partilhada em nível mundial", comentou. Por sua parte, Manuel González, o ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, cujo território marinho é dez vezes maior que a sua massa continental, fez um apelo pela colaboração entre a sociedade civil, os políticos e o mundo empresarial para "articular esforços" e estabelecer áreas de refúgio para as espécies que velem pelo equilíbrio dos ecossistemas marítimos. Nesse contexto, o príncipe Albert II de Mónaco lembrou que "só trabalhando de forma conjunta se poderá conseguir lutar para a preservação dos mares e garantir que as suas riquezas perdurem para as novas gerações". Para o soberano europeu, o desafio - que também será debatido na 21ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP21) que será realizada em Paris em Novembro - vai muito além de fronteiras e obriga a trabalhar de forma "global" e "sustentável". "Proteger os oceanos também significa limitar os efeitos da mudança climática, porque se verificou que o aquecimento global provoca a destruição dos ecossistemas frágeis, variações nas migrações dos espécies e o degelo dos pólos", salientou. Tudo isso tem um impacto profundo no equilíbrio e na vida dos oceanos e justifica uma campanha "incessante" para conseguir um acordo na COP21 sobre a matéria, acrescentou. Essas afirmações estão sintonizadas com o ponto de vista do Director-geral da FAO, que ressaltou que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adoptada pela ONU obriga os países a actuar com solidariedade. "Já não podemos seguir trabalhando e pensando de forma isolada (...), não temos tempo a perder, devemos navegar rumo a um futuro transformador. Ou o alcançamos juntos ou ninguém conseguirá", advertiu Graziano.
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