quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Armadores portugueses satisfeitos com aumento de 18% na quota de pesca


Portugal obteve um crescimento global de dois dígitos da quota de pesca para 2015. Apesar do da captura da pesca da pescada e de bacalhau ter diminuído, o sector tem uma expectativa “muito positiva” para o futuro.
A quota de pesca global para Portugal vai aumentar 18% em 2015, face a este ano, anunciou, em Bruxelas, a ministra Assunção Cristas, após a reunião dos ministros da tutela dos 28 Estados-membros da União Europeia.

As maiores subidas são para a quota admissível da espécie carapaus, de 67%, um aumento de 14% no tamboril, de 10% no biqueirão e de 15% no lagostim, avançou a agência Lusa.

No sentido contrário, a quota de bacalhau sofre uma redução de 3% e os totais admissíveis de capturas de pescada nas águas ibéricas foram reduzidos em 15%, de acordo com a agência noticiosa.

Em reacção, o secretário-geral da Associação dos Armadores das Pescas Industriais congratulou-se com o aumento de 18% na quota de pesca global para Portugal, considerando que o sector tem agora uma expectativa "muito positiva" quanto ao futuro. "O sector da pesca está muito satisfeito. Foram conseguidos todos os objectivos a que nos propusemos", disse à agência Lusa António Cabral.

"Há um substrato de recuperação da maior parte dos 'stocks', fundamentalmente no que diz respeito ao lagostim, que é uma espécie de que a frota que opera no sul do País tem uma elevada dependência. Conseguiu-se reverter a 17ª revisão de quotas desde o final da década de 1990, passando de menos 10% para um aumento de 15%. São boas notícias", salientou.

"Diria que há um pleno. Este ano, todos os objectivos visados foram alcançados, foram atendidos por parte da Comissão Europeia e o sector da pesca tem condições e tem agora expectativas positivas em relação ao futuro, não fosse este um sector tradicional e secular", acentuou. No entender de António Cabral, o sector vê agora o caminho aberto para continuar a investir e ser um elemento estruturante da economia do mar.

No que diz respeito à diminuição nas quotas da pescada e do bacalhau, António Cabral considerou que não são significativas. "No caso do bacalhau, temos de enquadrar a diminuição num aumento de cerca 30% nos últimos anos das três quotas que temos (uma quota do lado Oeste do Atlântico e duas na Noruega) e que foram importantes para o sector", explicou o responsável, acrescentando que esta é uma situação que se pode gerir.

Já a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, afirmou que o aumento de 18% das quotas representa "o melhor resultado de sempre" para a pesca portuguesa conseguido em Bruxelas. "Tivemos um resultado absolutamente excepcional e histórico para o nosso País", afirmou Assunção Cristas, em Bruxelas, à saída do Conselho de Pescas, no qual a União Europeia fechou o acordo sobre as capturas para 2015 e repartição de quotas pelos Estados-membros.

Lembrando que esta foi a sua quarta ronda negocial desde que assumiu a tutela, Cristas sublinhou que, "somados os quatro anos", todos eles com aumentos de quotas, Portugal alcançou neste período (2012-2015) "um aumento de 46%", equivalente a "mais 32 mil toneladas de quota de peixe" neste período.

Já o Governo dos Açores, que regulamenta as capturas do chicharro nas águas da região autónoma uma vez que "a captura desta espécie apenas é permitida de segunda a sexta-feira" e "cada embarcação tem um limite para a quantidade diária a descarregar", congratulou-se igualmente com a manutenção da quota de pesca desta espécie. "A região tem um total admissível de captura (TAC) para o chicharro de 3.200 toneladas anuais", de acordo com o executivo açoriano.

Segundo o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, citado numa nota oficial divulgada, "a decisão do Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia vai ao encontro das pretensões do Governo Regional de manter a quota para o chicharro com uma gestão efectuada pela Região Autónoma dos Açores".

"Os pescadores açorianos poderão continuar a capturar chicharros ao mesmo nível de anos anteriores", frisa Fausto Brito e Abreu, considerando ser também "o reconhecimento de que as medidas que o Governo dos Açores tem implementado na gestão da pescaria do chicharro são eficazes e visam a sustentabilidade desta espécie".

Fonte: Jornal de Negócios.

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