quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Cientistas dizem que daqui a mil milhões de anos não haverá água na Terra



Dentro de aproximadamente mil milhões de anos toda a água da Terra terá evaporado, segundo um estudo francês divulgado esta quinta-feira, que adia em várias centenas de milhões de anos as estimativas realizadas em previsões anteriores.

Esse fenómeno, segundo a pesquisa publicada na revista Nature, deve-se aos efeitos do aumento da radiação solar, que não tem nenhum vínculo com o aquecimento global.
Da mesma forma que a maior parte das estrelas, segundo essas conclusões, a luminosidade do Sol aumenta muito lentamente e de forma natural ao longo da sua existência, o que provoca uma alta das temperaturas terrestres.
O Centro Nacional para a Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês) e os outros três institutos envolvidos destacam que a quantidade de vapor de água na atmosfera aumenta com a temperatura dos oceanos, e explicam que o vapor de água é um gás com efeito de estufa que participa no aquecimento da superfície terrestre.
Esses cientistas prevêem que esse aumento acabe por provocar a «ebulição dos oceanos» e o desaparecimento de água no seu estado líquido.
Outra consequência dessa hipótese é a desestabilização do efeito de estufa, que não permitiria continuar a conservar na Terra uma temperatura média «clemente» de 15 graus centígrados.
Até ao momento, não era possível avaliar esse momento com fiabilidade, segundo os especialistas, porque esse fenómeno tinha sido estudado com modelos astrofísicos muito simplificados, que analisavam a Terra como um ente uniforme e que não levavam em conta elementos «essenciais» como as estações ou as nuvens.
O novo modelo, tridimensional, assegura ser capaz de prever a evolução do meio ambiente terrestre sob o efeito de um aumento muito forte da radiação solar.
Segundo esse último estudo, o ponto de inflexão produzir-se-á quando a radiação solar média alcançar 375 watts por metro quadrado, frente aos 341 watts actuais, algo que se espera para daqui a mil milhões de anos.
A diferença para as previsões anteriores é que este modelo outorga um papel determinante à circulação atmosférica, que, ao mesmo tempo em que transporta o calor do Equador até às latitudes médias, «seca» essas regiões quentes e reduz o efeito de estufa nessas partes onde é mais susceptível de acelerar.
«O aumento da radiação solar parece intensificar esta circulação, secando primeiro as regiões subtropicais e estabilizando o clima durante várias centenas de milhões de anos, antes de alcançar o ponto de não retorno», acrescentam os pesquisadores.
Este fenómeno poderia explicar porque Vénus, mais próximo do Sol, transformou-se «num forno», e facilitaria igualmente a compreensão do clima dos exoplanetas, segundo os especialistas, que detalham que um planeta não necessita de ser «exactamente» como a Terra para possuir oceanos.
Fonte: Diário Digital

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