Várias dezenas de linguados, tainhas, sargos, enguias, douradas, pargos e robalos apareceram mortos, desde domingo, na foz da ribeira de Alcantarilha, em Armação de Pêra (Silves), devido à falta de oxigenação das águas. O problema, que se repete há cinco anos sobretudo no Verão, deixou uma vez mais, pescadores e autarcas desesperados por não existir solução à vista. A situação está a ser "avaliada" pela Administração da Região Hidrográfica (ARH), disse ao DN o seu vice-presidente, Paulo Cruz, após terem sido feitas, ontem, recolhas de água para análise. Os resultados deverão ser hoje conhecidos.
"Os prejuízos são incalculáveis. Além da mortandade de peixes, existe o factor humano. Isto é um crime público, pois não há limpeza no rio, que continua ao abandono, com águas contaminadas e até há crianças a tomar banho. Não há sinalização a alertar para os riscos", lamentou ao DN, o pescador Orlando Mascarenhas. "Antigamente capturávamos cem a 300 quilos de espécies por ano", lembrou. Na última década, isso desapareceu. A mulher, Tânia Oliveira, acrescentou que o problema da mortandade de peixes se verifica "três ou quatro vezes por ano" e não se tomam medidas.
O presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Fernando Santiago, considera que a solução para a ribeira passa pelo desassoreamento, o que não acontece "há mais de 50 anos". "No Verão são os peixes a morrer, no Inverno existe o perigo de inundações, devido a um desnível de cinco centímetros", observou o autarca, apelando à ARH, no sentido de ser aberta uma ligação da ribeira ao mar para escoar as águas. A ARH admite a possibilidade caso a situação se agrave.
Fonte: DN
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