O elefante-marinho-do-sul («Mirounga leonina»), a maior das focas, foi encontrado na Antárctida. Eles são os campeões entre os mamíferos mergulhadores, com um recorde de duas horas sem respirar.
Novos estudos divulgados pela revista Science ligam a presença de certas proteínas do sangue e dos músculos, como a hemoglobina e a mioglobina, à capacidade evolutiva de mamíferos - o aumento das proteínas fez com que eles ficassem mais tempo sem respirar.
O primeiro deles, conduzido pela Universidade de Liverpool, em Inglaterra, relembra que mamíferos dos mares (como baleias, leões-marinhos e focas) conseguem ficar submersos por períodos de mais de uma hora devido à alta concentração de mioglobina nos seus músculos. O estudo inova ao apontar que a concentração de mioglobina nestes animais foi crescendo ao longo dos séculos — permitindo-lhes ampliar a capacidade de armazenar oxigénio e garantindo aos músculos energia suficiente para mergulhos mais profundos — o que permitiu a sua sobrevivência.
Isso porque ao submergir por extensos períodos esses animais conseguem chegar a grandes profundidades e obter alimento em locais a que outras criaturas dos mares não têm acesso. Seres humanos carregam mioglobina, mas em quantidade muito inferior à dessas espécies e, assim, não têm como permanecer tanto tempo sob a água.
Para chegar à conclusão, uma equipa liderada pelo pesquisador Scott Mirceta, do Instituto de Biologia Integrativa da universidade inglesa, analisou e comparou a quantidade de mioglobina no organismo desses mamíferos e no dos seus ancestrais, identificando o aumento que beneficiou a espécie num período que abrange 200 milhões de anos. Foram analisadas 130 espécies de mamíferos marinhos.
Outros estudos divulgados pela Science incluem a análise de um processo resultante da relação hemoglobina x oxigénio no sangue de duas espécies de camundongo (uma habitantes de montanhas, outra, de planícies) e um olhar mais aprofundado sobre um tipo de hemoglobina encontrado somente no sangue de peixes da família dos Actinopterygii. Em ambos, as proteínas auxiliaram as espécies a garantir a sua continuidade no meio ambiente.
Fonte: Diário Digital.
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