Estes oásis de vida se encontram na parte norte do mar de Okhotsk, perto da ilha de Paramushir. A uma profundidade de cerca de 780 m, de uma falha na crosta jorra coluna de bolhas de metano de cerca de 650 metros de altura. Este gás cria à sua volta uma comunidade de organismos marinhos, disse à Voz da Rússia o biólogo da Academia russa de Ciências Viktor Ivin:
“O mar de Okhotsk é conhecido por seus campos de petróleo e gás. Na sequência de processos geológicos, surgem lá fugas de gás de metano. Nesses lugares que os cientistas chamam de seeps (do Inglês gotejar), existem as comunidades que nós examinamos em nossa expedição.”
Segundo o cientista, até recentemente, acreditava-se que a vida na Terra está ligada exclusivamente à energia do Sol. No entanto, nos anos 70 do século passado foram encontrados organismos marinhos que não dependem da luz solar e que recebem energia desde compostos químicos – metano e sulfeto de hidrogênio. Viktor Ivin descreve esse processo:
“Em torno dos seeps se desenvolvem colónias de bactérias. Elas se alimentam de metano formando uma grande biomassa, ou seja, substância orgânica. E em torno destes assentamentos de bactérias depois se formam comunidades de organismos que consomem essa orgânica, que foi formada pelas bactérias metanotróficas.”
E mesmo assim, foi uma surpresa para os pesquisadores que no fundo do mar de Okhotsk cresceram colónias de corais usando energia do gás. Normalmente, estas criaturas vivem em mares quentes: em partes tropicais dos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico.
Oceanologistas do Extremo Oriente russo, usando um robô submarino com câmaras fotográficas e de vídeo, equipado com manipuladores especiais, conseguiram fotografar e colectar não apenas corais, mas também outros organismos marinhos únicos. Muitos deles foram observados em seu habitat natural pela primeira vez, dizem especialistas. Junto da fonte subaquática de metano, na superfície do solo também foram encontrados hidratos de gás – gás cristalizado, que muitos chamam de combustível do futuro, disse Viktor Ivin:
“É bem sabido que as reservas de petróleo no nosso planeta não são ilimitadas. Cálculos mostram que dentro de 50-60 anos as reservas de petróleo conhecidas irão acabar. Então surgirá a questão de onde obter energia para a indústria e os meios de subsistência. Por isso, nos próximos 10 anos vai será resolvida a questão de extracção de hidratos de gás.” 
Segundo o cientista, a expedição do navio Akademik Lavrentyev é de grande importância para a ciência. A única vez que uma pesquisa foi efectuada nessa área ocorreu há 27 anos, quando não havia tecnologia tão sofisticada, que hoje permitiu aos cientistas fazerem descobertas sensacionais.
Fonte: Elena Kovachick