sexta-feira, 10 de maio de 2013

46ª Conferência CIRP sobre “Manufacturing Systems”



Náutica de Recreio indispensável para revitalização da indústria. 

A aposta na náutica de recreio na região de Setúbal deve ser considerada uma aposta a muito curto prazo pelos agentes de desenvolvimento local para a revitalização da indústria local, tanto pelo valor acrescentado que traz como pela ramificação que tem com outros setores. António Freitas, sócio gerente da Systiom, admite que “tudo o que existe a montante e a a jusante no que diz respeito à náutica de recreio só traz benefícios para a região” e explica que “oito a dez mil embarcações de recreio podem estar em permanência na região”.

“Um estudo feito na região revelou que, no que toca à náutica de recreio, esta tem a garantia de possuir em permanência milhares de embarcações região mas é necessário o investimento para que tal aconteça”, acrescenta António Freitas, referindo-se à paragem no projeto da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra para uma marina na antiga doca do Pai Lopes ou à falta de investimento na baía do Seixal. Por outro lado, o Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo pode vir a colmatar algumas necessidades.

“As obras que estão consagradas no Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo podem significar uma grande aposta na náutica de recreio”, adianta o sócio gerente da Systiom. O valor acrescentado que a aposta neste setor traz para a região passa, não só pela criação de postos de trabalho, “já que uma amarração implica quatro empregados”, mas também pela utilização de equipamentos que já existem no local e não são aproveitados.

No que diz respeito ao sector imobiliário, a náutica de recreio também dá um impulso à actividade  uma vez que “os proprietários de grandes embarcações de recreio procuram a segunda habitação junto de uma marina, habitação essa que pode ser localizada até em Évora”, explica António Freitas. Na componente industrial,“existe a produção de componentes náuticos que pode ser feita em Setúbal, se houver uma grande empresa âncora de desenvolvimento que atraia outras para o seu redor”, como é o caso da Autoeuropa e o sector automóvel.


Governo tem de ajudar na atracção de investimento na região.

A administração central tem um papel fulcral no desenvolvimento da economia e da indústria da região, já que tem de fornecer condições para a instalação de grandes empresas que possam servir de âncora para o desenvolvimento do sector náutico, mas não só. António Freitas garante que a aposta no sector primário e secundário são importantes e têm grandes condições de proliferação na região, “desde a agricultura às pescas, que não tem qualquer cluster em Setúbal”.

“Deve partir do Governo a definição de clusters estratégicos para o país de forma a haver uma ligação entre todas as entidades no terreno para apostar nestes”, assume o sócio gerente da Systiom. A articulação entre as grandes empresas e as instituições de ensino superior é a chave para melhorar o sistema utilizado pela indústria que está implantada no terreno mas também para inovar na criação de novas apostas industriais.

António Freitas assume que o modelo tradicional da indústria acabou, “sendo agora necessário a articulação com os novos saberes para modernizar desde os equipamentos às formas de produzir”. Com este propósito, o Centro de Integração e Inovação de Processos, do qual faz parte o Instituto Politécnico de Setúbal, organiza em colaboração com a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (EST/IPS) e o Pólo das Tecnologias de Produção (ProduTech), a 46ª Conferência CIRP sobre Sistemas de Produção, onde se pretende discutir como atingir os objectivos de desenvolvimento económico e de criação de riqueza através de sistemas industriais competitivos. O evento decorre entre 29 e 31 de Maio, no Hotel do Mar, em Sesimbra.

António Freitas não entende que seja nesta conferência que sejam dados passos significativos rumo às novas apostas na indústria da região, mas “seja apenas dados os meios para se atingir os fins”. “Existem muitas oportunidades que não são aproveitadas por falta de diálogo entre as várias entidades responsáveis pelo desenvolvimento local e interessadas no investimento”, admite o sócio gerente da Systiom.

Fonte: Setúbal na Rede.


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