O grupo rebelde Houthi, instalado no Iémen, lançou um novo e incisivo aviso dirigido ao sector marítimo internacional, declarando que sessenta e quatro armadores foram formalmente advertidos de que as suas embarcações poderão ser atacadas caso mantenham qualquer ligação com Israel. Segundo o movimento, esta iniciativa insere-se na chamada “quarta fase” do bloqueio naval que têm vindo a impor, uma etapa que, ao contrário das anteriores, não distingue bandeiras nem nacionalidades, visando qualquer navio que, de forma directa ou indirecta, preste serviços a portos israelitas.
O anúncio não surge isolado. Dias antes, as águas do Mar Vermelho foram palco de dois ataques particularmente violentos, coordenados contra os cargueiros Magic Seas, de bandeira liberiana e propriedade grega, e Eternity C. As ofensivas envolveram o uso de drones marítimos, disparos de armas ligeiras e foguetes, resultando em danos de grande monta, vítimas mortais e tripulantes feitos reféns. Estes episódios revelam não apenas a capacidade operativa dos Houthis, mas também a sua determinação em levar a cabo acções que projectam medo para muito além das costas do Iémen, afectando rotas vitais como o Estreito de Bab el-Mandeb e o Canal de Suez.
Com esta escalada, a ameaça deixa de ser pontual para se tornar um aviso alargado que poderá ter repercussões profundas no comércio marítimo global. O aumento do risco na região pode traduzir-se em custos acrescidos com seguros, alteração de rotas e maior pressão sobre as cadeias logísticas. Enquanto as forças navais internacionais avaliam a resposta, muitos armadores procuram já alternativas que permitam reduzir a exposição a um conflito que, embora centrado no Médio Oriente, ameaça paralisar um dos corredores marítimos mais importantes do planeta.
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