quarta-feira, 3 de abril de 2024

Poderão existir duas novas espécies de orcas?


As orcas (Orcinus orca) são hoje reconhecidas como uma espécie ecológica diversificada e distribuída globalmente. Várias descrições foram descritas e alguns cientistas sugeriram que mais subespécies ou espécies deveriam ser incluídas no género (actualmente foram nomeadas até 23 espécies e quatro subespécies de orcas). Uma nova pesquisa publicada na revista Royal Society Open Science sugere que duas populações de orcas, a orca residente e a orca de Bigg, devem ser reconhecidas como espécies separadas, distintas uma da outra e de outras orcas.

As orcas apresentam diferenças significativas numa série de características dependendo da região em que são encontradas. Estas diferenças levaram ao reconhecimento de vários “ecótipos” de orcas, que são grupos com características distintas específicas do seu habitat e comportamento. No Pacífico Norte, por exemplo, foram descritos três ecótipos de orcas. As orcas Bigg (também conhecidas como “transitórias”) são observadas principalmente na plataforma continental em águas temperadas a árticas, embora a sua distribuição além da plataforma não esteja bem documentada e elas sejam focadas em digerir mamíferos marinhos.

Por outro lado, as chamadas baleias assassinas residentes, principalmente costeiras e localizadas em águas ao norte do centro da Califórnia, no Pacífico oriental. Eles são conhecidos por se especializarem em comer peixe, especialmente salmão. Existem linhas de evidência que apoiam a ideia de que os ecótipos Resident e Bigg das orcas são geneticamente distintos e seguiram trajectórias evolutivas divergentes, semelhantes às espécies separadas. Por exemplo, foram observadas diferenças de comportamento, como organização social, dispersão, dieta, acústica e outros aspectos relacionados, além da interacção com o meio ambiente.

A análise genética sugere que os dois grupos são distintos e que os transientes se separaram dos seus antepassados ​​entre 200.000 e 300.000 anos atrás, enquanto os residentes começaram a divergir há cerca de 100.000 anos. Os cientistas propõem então que ambas as orcas sejam reconhecidas como espécies diferentes. O que se segue é que a Sociedade dedicada a esta matéria se  reúna para avaliar se deve ou não reconhecer as evidências.

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