sábado, 29 de junho de 2019

Greenpeace critica forma como a Rússia está a devolver baleias ao Mar


Pelo menos 11 orcas e 87 belugas estavam em cativeiro em Nakhodka desde Abril, gerando forte indignação junto da comunidade internacional. Vão ser todas libertadas durante os próximos quatro meses.

A Greenpeace criticou esta sexta-feira o longo procedimento que a Rússia adoptou para libertar mais de uma centena de baleias que estavam em cativeiro desde 2018. A associação ambientalista considerou que pelo menos duas orcas e seis belugas foram “simplesmente despejadas” para o mar de Okhotsk, a mais de 1700 quilómetros da cidade portuária de Nakhodka. Os animais terão sido transportados em pequenos contentores durante uma viagem de sete dias e libertados no mar nesta quinta-feira.

O grupo ambientalista disse também que os responsáveis pela devolução das baleias ao mar não tiveram qualquer preparação para a operação que foi mantida em segredo. A Greenpeace lamenta que o risco de trauma e morte dos animais aumentou.

“É cruel libertar orcas e belugas que passaram sete dias em contentores directamente para o mar”, disse à televisão russa Oganes Targulyan, especialista da Greenpeace. As baleias não foram libertadas, mas sim despejadas”, vincou em declarações citadas pelo jornal britânico The Guardian.

As autoridades russas esclareceram apenas que a operação correu dentro da normalidade e que nenhuma baleia sofreu qualquer dano. Pelo menos nove orcas e 81 belugas continuam em cativeiro e serão libertadas em lotes nos próximos quatro meses.

O Presidente da Rússia, Vladimir Plutin, tinha saudado na semana passada a libertação das baleias, que iriam regressar ao seu habitat natural. A aprovação da medida já tinha sido tomada em Abril, depois de uma equipa de oceanógrafos terem tido várias reuniões em Moscovo e conferido o estado de saúde dos animais. 

Pelo menos 11 orcas e 87 belugas estavam em cativeiro, alegadamente com pouco espaço para nadar e em águas com temperaturas negativas. Os animais tinham sido capturados na baía de Srednyaya, no extremo oriente russo, soube a Greenpeace quando se apercebeu do desaparecimento e da presumível morte das baleias. Várias organizações internacionais uniram-se para acusar quatro empresas russas de violar as leis da pesca e lamentar os maus-tratos de animais.

A captura de baleias e outros seres vivos é, no entanto, permitida por lei na Rússia para fins científicos ou pedagógicos, mas temia-se que a Rússia poderia vender ilegalmente as baleias para parques aquáticos chineses. 

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