sábado, 3 de março de 2018

Mar7 Debateu Indústria Naval Em Setúbal



A MAR7 - Associação para o Desenvolvimento da Economia do Mar no Distrito de Setúbal iniciou, na passada quarta-feira, um ciclo de iniciativas, intitulado “Mar7 Pitchs |CEOs@SEA”, que visa uma reflexão sobre temas específicos, promovendo a criação de sinergias entre os seus diferentes actores.  A primeira sessão teve por tema “A indústria naval em Setúbal.  Projectos diferenciadores da cadeia de valor.” e realizou-se no auditório da Casa da Baía. A próxima sessão realizar-se-á em Abril.
A iniciativa contou com oradores de reconhecido mérito e com uma audiência diversificada e participativa. Da troca de ideias gerada entre os dois lados, palco e plateia, ficou a convicção da necessidade de desenvolver um trabalho conjunto, por parte dos agentes do sector, para superar os desafios e construir soluções coordenadas, que proporcionem a geração de emprego e riqueza, subjacente um vasto conjunto de indústrias associadas à indústria naval.
No inicio dos trabalhos, Paulo Ribeiro, presidente da Direção da MAR7, apresentou a razão de ser deste conjunto de iniciativas, manifestando a importância de se conhecer, divulgar e reflectir sobre o que de bom se faz no nosso distrito na Economia do Mar. A Câmara Municipal de Setúbal, fez-se representar pelo Vereador Carlos Rabaçal, que começou por afirmar que “o Município de Setúbal está virado para o mar” e, por essa razão, congratulou-se com a existência da Mar7, enquanto associação vocacionada para as actividades do mar.
O tema da sessão foi enquadrado por Miguel Marques, partner da PwC, que começou por referir que “faz-se economia do mar em Setúbal”, acrescentando um conjunto de atributos que podem conduzir esta região a uma participação ainda mais alargada nesta área, destacando os RH capacitados, a localização geográfica e o clima. Quanto à indústria naval, os dados apresentados mostraram a forte liderança de três países (China, Coreia do Sul e Japão) com uma quota de 80% das encomendas de embarcações. Contudo, a região de Setúbal, que já é forte em alguns segmentos de mercado, pode seguir a tendência europeia de aposta em nichos de mercado, tais como a construção e manutenção de embarcações vocacionadas para a náutica de recreio e para a marítimo turística.
Peter Luijckx, administrador da Lisnave, falou na gestão flexível inerente modelo bem sucedido dos serviços de reparação e manutenção naval da empresa, na aposta em recursos humanos qualificados, formados indoor, e no interesse para atrair novos e jovens quadros. A Lisnave precisa de muitos jovens técnicos especializados para os próximos anos, para os quais oferece anualmente formação a vários candidatos, sendo uma oportunidade que pode ser aproveitada pelos jovens.
Pedro da Maia, representou a Hempel, uma empresa de sucesso localizada na região, que exporta tintas de fundo para mais de trinta países. O foco foi dado ao SilicOne, produto destinado a embarcações da náutica de recreio, da marítimo-turística e da pesca desportiva, que se caracteriza pelo não deposito e fácil libertação das incrustações devido à baixa tensão superficial do revestimento em contacto com a água, proporciona poupança de combustível e redução de emissões.

Jorge Martins, da Neptune, apresentou o seu projecto de refit de embarcações náuticas, que surgiu da identificação de uma oportunidade de mercado em Portugal e da convicção que tem sobre a apetência de Setúbal para esta atividade e para a localização de empresas ligadas ao fornecimento de produtos e serviços para a náutica de recreio, retomando competências básicas, como por exemplo carpintaria, pintura, estofador, etc, que se foram perdendo ao longo dos anos, ajustando-as às novas tendências tecnológicas.
Sérgio Ribeiro e Silva, da KDS Offshore, começou por colocar a questão: “Será Possível Desenvolver a Marítimo-turística no Estuário do Sado?”. O orador, que participou no projecto de recuperação da embarcação “Maravilha do Sado”, apresentou a vocação da empresa para projectar embarcações novas, com uma tipologia catamaran, em poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV), especificamente concebidas para a actividade marítimo-turística, que configuram vantagens na navegação e melhores padrões de conforto e de segurança.

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