terça-feira, 27 de junho de 2017

Mais futuro no (do) Mar


Foi recentemente inaugurado o ECOMARE, uma nova estrutura que traduz uma vontade antiga da Universidade de Aveiro de assegurar condições de investigação com acesso direto ao mar. Sobreleva, em primeiro lugar, o caráter alargado da parceria subjacente à sua construção e funcionamento: Fórum Oceano - Associação da Economia do Mar, Câmara Municipal de Ílhavo, Administração do Porto de Aveiro, Sociedade Portuguesa da Vida Selvagem, Oceanário de Lisboa, Fundação Oceano Azul, Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Citaqua - Centro de Inovação e Tecnologia em Aquacultura e Associação Portuguesa de Aquacultores, de uma maneira ou de outra, estão associados à Universidade de Aveiro neste desígnio. É, ainda, raro ver-se em Portugal uma lógica de rede tão ampla, uma tão grande abertura do meio académico ao que o rodeia e uma tão vasta disponibilidade de entidades tão distintas em se agregarem para um fim comum. Bons indícios, portanto!
Naturalmente que aquilo que constituiu mais notícia foi o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos e o papel deste, não só no resgate e devolução à natureza de aves, répteis e mamíferos, mas também na investigação, em áreas como a saúde animal ou a ecologia populacional. Por razões que se compreendem, face ao impacto que as questões da sustentabilidade hoje têm, e pelo efeito no imaginário de cada um de nós que a vida selvagem indubitavelmente suscita.
No entanto, não menos relevante é o Centro de Extensão e de Pesquisa em Aquacultura e Mar detentor de capacidades em domínios que vão da Biotecnologia Marinha à Oceanografia e Geofísica, passando pela Energia Offshore, pelas aplicações robóticas navais, pela biodiversidade ou pelos serviços aos ecossistemas. Este Centro, através dos seus laboratórios de uso comum, permitirá acomodar, em paralelo, investigação fundamental e aplicada, cooperação com a indústria, iniciativas de inovação e de incubação de empresas, bem como avaliação económica de actividades ligadas ao mar ou às zonas costeiras.
Caminhamos num século onde o ambiente estará cada vez mais na base do capital económico, onde vão aumentar as práticas de economia circular e o peso do mar em economias crescentemente mais descarbonizadas e mais azuis. Para Portugal, isso apresenta-se como uma oportunidade estratégica face à extensão da linha de costa que possuímos. Ora, para já, representando o mar 97% do nosso território geográfico, a economia marítima fica-se por pouco mais de 3% do nosso Produto Interno Bruto...
Fonte: JN

Por: Manuel António Assunção - Reitor Universidade Aveiro

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