domingo, 12 de março de 2017

Portugal "vinga-se" na Greve Portuária de Espanha


A Greve Portuária de Espanha, que tem causado um período de turbulência, com falta de diálogo, tensão e um ambiente de ruptura entre ambas as partes, continua numa situação sensível, sem que se veja ainda qualquer solução consensual. O sistema de trabalho portuário espanhol, que muitos defendem que criou um "monopólio" das empresas da estiva que afecta a competitividade por um lado, sendo que outros vêem como uma tentativa de ataque aos direitos dos trabalhadores. O processo que Espanha passa agora, já Portugal passou em 2013, em período de vigência da Troika, onde o Governo PSD/CDS-PP impôs uma remodelação da Lei Portuária, que fazia parte do memorando de entendimento assinado pelo PS, para a atribuição da verba do resgate do Estado Português. Recorde-se que durante esse período de luta e conflito, os portos espanhóis receberam sempre e sem qualquer limitação, navios que originalmente eram destinados para Portugal, não existindo qualquer tipo de cooperação entre os trabalhadores do sector. O principal porto afectado por essa falta de cooperação foi o Porto de Lisboa, que durante os quatros anos de conflito laboral e social, beneficiou e muito o país vizinho. No sector, no lado das empresas, essa "vingança" é bem vista, no aproveitar dos benefícios do conflito do lado lá da fronteira para crescer mais um pouco durante este período. Os Sindicatos da Estiva em Espanha, suspenderam as greves previstas para os  dias 13 e 15 de Março, devido ao adiamento do Governo Espanhol do debate e posterior votação no congresso da Reforma Portuária, mas mantém as greves marcadas para 17, 20, 22 e 24 de marçoEm Lisboa, há o regresso ( não sabendo se temporário ou não ), de linhas que tinham saído do porto da capital, embora a movimentação de navios provenientes de Espanha seja residual, sendo que o SETC - Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal está solidário. Em Sines, o Sindicato XXI, que é o Sindicato local, não está favorável com a Greve de Espanha, depois de não ter sido manifestado apoio pelo SETC ou pelos congéneres espanhóis na greve marcada no ano passado. Estima-se a que greve em Espanha irá ter um impacto negativo de 50 milhões de euros por dia.

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