quarta-feira, 14 de setembro de 2016

José Luís Cacho vai liderar portos de Sines e Algarve

João Soares Franco, administrador público mais antigo em funções, despede-se com duas realidades díspares: Sines a superar estimativas e os portos de Faro e Portimão em dificuldades.


O Governo prepara-se para substituir os actuais membros da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS). O novo presidente será José Luís Cacho, que foi presidente do porto de Aveiro e do porto da Figueira da Foz até Março de 2015. O nome do novo gestor já foi enviado para análise da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública e a decisão também foi comunicada ao actual presidente do conselho de administração, João Soares Franco.

 “A senhora ministra informou-me, na sexta-feira passada, que iria haver alteração da composição da administração”, disse nesta terça-feira João Soares Franco, num encontro com jornalistas, em que acrescentou deixar a empresa com “enorme solidez financeira” e “excelente relação com todos os concessionários”.

Segundo o responsável, “os negócios estão a correr muitíssimo bem”, o porto de Sines tem “um volume de negócios de 45 milhões de euros, um resultado líquido, no final deste ano, de 18 milhões e quase 40 milhões em caixa”, tendo atingido uma quota de mercado em Portugal superior a 55% e uma “clara implantação internacional”, além de ser uma referência “em termos tecnológicos”.

Em 2016, o porto de Sines vai atingir perto de 48,4 milhões de toneladas de carga movimentada, superando as estimativas iniciais, que eram de 45,5 milhões (atingidas já este mês de Setembro, até dia 12). Com este resultado, o porto alentejano, de acordo com a APS, afirma-se como terceiro maior da Península Ibérica em carga movimentada, atrás dos portos de Algeciras e Valencia e à frente de Barcelona.

O movimento em Sines cresceu este ano também em número de navios (13,9%), para um total de 2284 até ao momento, além de que “a dimensão dos navios também está a aumentar”. João Soares Franco concluiu que “há boas razões para pensar que Sines tem um futuro risonho pela frente”, embora existam questões pendentes de decisão política, sobretudo a expansão do terminal de contentores, concessionado à PSA até 2029.

A empresa de Singapura está disponível para pagar 140 milhões dos custos de alargamento do terminal e do respectivo equipamento, como novos pórticos, mas o Estado português terá de pagar a construção do molhe de protecção – uma obra de 60 milhões de euros – e aceitar o alargamento do prazo de concessão à PSA por mais entre 10 e 20 anos, dependendo das negociações.

A alternativa a esta opção é a concessão do novo terminal de contentores a uma segunda empresa.

Portos do Algarve em dificuldades

No caso dos portos do Algarve, que representam 0,5% do volume de negócios da APS e que empregam cerca de 30 trabalhadores, o ainda presidente revela que enfrentam uma situação difícil, apesar dos investimentos feitos nos últimos anos.

“Faro não é negócio” disse João Soares Franco, explicando que o porto de carga desta cidade algarvia está dependente da actividade da cimenteira de Loulé, uma unidade industrial que tem vindo a enfrentar dificuldades e redução de produção. O administrador afirma que “é preciso arranjar uma solução se a cimenteira falhar” e aponta a reparação naval, a recolha de barcos e o uso para barcos de recreio como eventuais alternativas para evitar o encerramento do porto de Faro no futuro.

Para o porto de Portimão, vocacionado para navios de cruzeiro, João Soares Franco diz que são necessárias também decisões politicas. “Coloca-se a questão de saber que investimento fazer, já que os navios de cruzeiro também estão a aumentar de dimensão”. A APS está, por isso, a preparar opções de investimento, entre 12 a 35 milhões de euros, para apresentar ao Governo em 2017. O responsável avisa, no entanto, que, além de implicações ambientais, a ampliação do porto de Portimão terá pouca viabilidade económica. “O negócio de cruzeiros nunca pagará o investimento, mesmo na opção mais reduzida”.

Fonte: Público

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