sábado, 13 de fevereiro de 2016

Portos são a excepção nas empresas públicas com quatro anos de lucros

Portos nacionais atingiram lucros de 174 milhões de euros entre 2010 e 2014. O porto de Leixões liderou o ‘ranking, com lucros de 67,4 milhões de euros.



As cinco principais administrações portuárias nacionais registaram lucros agregados de 173,7 milhões de euros entre 2010 e 2014, o que perfaz uma média anual de lucros de 34,7 milhões de euros, de acordo com dados compilados pelo Conselho Português de Carregadores (CPC), a que o Diário Económico teve acesso.

Numa altura em que ainda não são conhecidas as contas destas administrações portuárias referentes ao exercício de 2015, estes dados atestam uma excepção no Sector Empresarial do Estado (SEE), uma vez que a grande maioria das empresas públicas apresenta défices crónicos de gestão, acumulando passivos de ano para ano. E confirmam que um dos poucos motores da economia nacional nestes anos de crise tem sido proporcionado pelas exportações, com reflexos evidentes nas cargas movimentadas pelos portos e, por conseguinte, nos dados económico-financeiros das administrações portuárias.

De entre as cinco maiores administrações portuárias nacionais – Leixões, Sines, Setúbal, Lisboa e Aveiro –, o grande destaque vai para o porto nortenho, que registou lucros de 67,4 milhões de euros no período em análise. A seguir, posicionou-se o porto de Sines, com lucros de 45,3 milhões de euros entre 2010 e 2014. 

Já o porto de Setúbal surge em terceiro lugar neste ‘ranking’, com 29,1 milhões de euros de lucros, significativamente acima do conseguido no mesmo período pelo porto de Lisboa: 21,9 milhões de euros de lucros. Este é mais um sinal dos problemas crescentes que o porto da capital tem atravessado nos últimos anos, em particular derivado de constantes greves dos estivadores, que têm afastado alguns dos maiores armadores mundiais para outros portos nacionais (como Setúbal) e ou mesmo estrangeiros, com destaque para os espanhóis. 

Neste momento, está a decorrer há mais de um mês um processo negocial entre os operadores e os estivadores do porto de Lisboa, sob a iniciativa de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, com o objectivo de solucionar de forma definitiva este diferendo laboral não sendo publicamente conhecidas as evoluções dessas conversações. 

Como é natural, por questões de dimensão, no último lugar deste ‘ranking’ dos lucros das principais administrações portuárias nacionais, posicionou-se o porto de Aveiro, com lucros de cerca de dez milhões de euros entre 2010 e 2014.

Apesar da saúde financeira das administrações portuárias que estes números evidenciam, diversos operadores do sector têm manifestado publicamente críticas à situação, como foi o caso de Pedro Viegas Galvão, presidente do CPC. Numa conferência sobre “Concorrência no Sector Portuário”, realizada no passado dia 26 de Janeiro, em Lisboa, este responsável defendeu que o actual regime de concessões portuárias tem de ser alterado e substituído preferencialmente pelo regime de licenças.

No seu entender, no passado, com o regime das concessões portuárias, pretendia-se a maximização das receitas das administrações portuárias, privilegiando o encaixe inicial e apostando na cobrança de rendas variáveis e fixas, mas de futuro Pedro Viegas Galvão recomenda “a maximização da competitividade da economia, maximizar volume, diluir custos fixos e ganhar massa crítica”.


Fonte: Económico. 


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