terça-feira, 21 de maio de 2013

Construção de navios para a Venezuela vai arrancar nos Estaleiros de Viana


A construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela vai arrancar na segunda-feira nos Estaleiros de Viana com a chegada do primeiro lote de aço, anunciou a secretária de Estado da Defesa.


"É uma boa notícia para a actividade industrial e, logo, é uma boa notícia  para todos porque é isso que, em última análise, interessa aos trabalhadores, interessa à empresa e interessa ao governo português, interessa à actividade e à reindustrialização do nosso país", afirmou à Lusa Berta Cabral. 
Este contrato com a empresa de Petróleos da Venezuela (PDVSA), no valor de 128 milhões de euros, foi rubricado em 2010 mas a construção nunca chegou a arrancar devido às dificuldades financeiras e de contratação pública sentidas  pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), tendo sido alvo de sucessivas  renegociações. 
Trata-se do único contrato activo na carteira de encomendas dos estaleiros de Viana e implica a construção de dois navios de 188 metros de comprimento  destinados ao transporte de asfalto a altas temperaturas. 
"Para nós é um sinal (início do corte do aço) muito positivo para a manutenção desta actividade industrial em Viana do Castelo, que é obviamente aquilo que nos motiva neste momento, é levar este contrato até ao fim", disse ainda a secretária de Estado adjunta e da Defesa Nacional. 
O anúncio da entrega do aço, encomendado em Abril pela administração  dos estaleiros a um fornecedor da Macedónia, coincide com a reunião de hoje,  na Venezuela, da Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral dos negócios  entre os dois países, em que participou o ministro dos Negócios Estrangeiros,  Paulo Portas. 
Deste encontro, sublinhou Berta Cabral, resultou - entre vários acordos  noutros sectores - o "compromisso político" e o "empenho" dos governos dos  dois países de "pôr em execução e levar até ao fim" o contrato de construção  destes dois navios asfalteiros em Viana do Castelo. 
"É de facto uma boa notícia, os trabalhos vão dar início na próxima  semana", enfatizou a secretária de Estado. 
O aço que deverá chegar aos ENVC é o primeiro lote da matéria-prima  necessária para que, até 30 de Junho  o contrato com a Venezuela esteja  em cumprimento, explicou à Lusa fonte da administração da empresa. 
Até Junho de 2011, disse a mesma fonte, os estaleiros receberam da Venezuela,  no âmbito deste contrato, cerca de nove milhões de euros, verba que foi  utilizada noutras obrigações "que não relacionadas com o contrato", nomeadamente  salários, o que "dificultou" o cumprimento das várias fases de construção.
Na sequência do encerramento do processo de reprivatização dos ENVC,  devido à investigação de Bruxelas às ajudas estatais concedidas entre 2006  e 2011, o ministério da Defesa Nacional anunciou, em abril, o início da  construção destes navios asfalteiros. 
Segundo o entendimento do Governo português, os ENVC têm de devolver  essas ajudas, contabilizadas pela Comissão Europeia em 181 milhões de euros, "ou não podem prosseguir na sua actividade , que envolve actualmente 620 trabalhadores.
Por a empresa não dispor desta verba, o Governo anulou o processo de  reprivatização e optou, em alternativa, por um concurso público para a "subconcessão  dos terrenos que actualmente são ocupados pelos estaleiros" em paralelo com  o encerramento daquela unidade.
Fonte: Lusa



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