A Xeneta, ( Empresa de Análise de Mercado e Plataforma líder em benchmarking de taxas de frete marítimo), lançou o seu relatório “2025 Ocean Outlook”, no qual indica um ano difícil para o Shipping, alertando para o crescimento dos riscos geopolíticos que podem lançar novas perturbações nas cadeias de abastecimento globais. Pode ler-se a advertência: “As luzes vermelhas estão a piscar no painel de instrumentos geopolítico, e seria insensato ignorá-las”.
2024, que está a chegar ao seu término, teve na sua marca principal, os conflitos no Mar Vermelho, que já duram há pouco mais de um ano, mas sem qualquer ssinal positivo que permitisse a passagem segura dos porta-contentores por essa região. Se as cadeias souberam adaptar-se a esta perturbação de modo a normalizar o fluxo, ( utilizando a rota do cabo), novas perturbações poderão ditar um abalo que poderá revelar-se perigoso.
A nível geopolítico, para além da questão de Israel-Hamas, ( com envolvimento dos Houthis), que já se tornou num conflito regional, as movimentações chinesas junto do Estreito de Taiwan, até à possível escalada no Bangladesh ou a um agravamento, em especial no Golfo Pérsico, podem contribuir negativamente para o efeito. Contudo, a Xeneta prevê que a procura de transporte marítimo de contentores deverá crescer 3% em 2025, ligeiramente abaixo do crescimento de 4%/5% em 2024.
A China, aumentou por seu lado o comércio com o México, que beneficia directamente das tensões entre a China e os EUA tendo em conta a questão tarifária, tendo o acumulado do ano entre China-México , obtido um crescimento de 34,6%. O mesmo cenário registou-se entre a China e o Médio Oriente, onde os volumes aumentaram 52% desde 2021.
As eleições presidenciais norte-americanas podem reconfigurar o cenário do Shipping, com possíveis novas tarifas sobre as importações chinesas levando os carregadores a reconsiderar as rotas e possivelmente a aumentar as importações do México. “Em 2024, assistiu-se a uma forte antecipação de cargas e a distâncias de navegação alargadas, o que poderá mudar em 2025, apresentando um risco para a procura, a menos que as condições se tornem ainda mais voláteis”, indica Peter Sand, analista chefe da Xeneta.
As alterações na política de alianças entre armadores também terá o seu impacto, nomeadamente após o fim da Aliança 2M, que durante 10 anos juntou MSC e Maersk, que com outras alterações reconfigurou o cenário, agora com a OCEAN Alliance, Gemini e a Premier Alliance a adaptarem-se às novas circunstâncias e tentarem impor as suas estratégias.
Resumindo: 2024 foi um ano complexo, turbulento e agitado, 2025 poderia ser mais calmo, mas as variáveis em cima do quadro anual, pode transformar um cenário mais calmo, em algo caótico e imprevisível.
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