O presidente das Maldivas apelou neste sábado a um financiamento internacional para combater a subida do nível do mar, que ameaça o arquipélago do Oceano Índico, defendendo que foi injustamente excluído das medidas de apoio para os países menos desenvolvidos.
"As Maldivas são responsáveis por apenas 0,003% das
emissões globais, mas são um dos primeiros países a sofrer as consequências
existenciais da crise climática. As nações mais ricas têm uma responsabilidade
moral para com comunidades como a nossa", escreveu o Presidente Mohamed
Muizzu no jornal britânico The Guardian.
O Presidente das Maldivas falava na véspera da abertura de
uma conferência internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento
(PEID) - um evento organizado pela ONU de dez em dez anos - na segunda-feira,
em Saint John's, capital de Antígua e Barbuda.
A maioria destes Estados insulares são destinos turísticos de luxo. Estão ameaçados pela subida do nível do mar e pelo aumento das tempestades e ciclones devido às alterações climáticas.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB
per capita das Maldivas é superior ao do Chile, México, Malásia ou China, mas
os métodos estatísticos utilizados fazem com que os PEID pareçam "mais
ricos do que realmente são", segundo Muizzu.
"Graças à boa saúde do sector turístico das Maldivas, somos classificados como uma economia emergente e, por conseguinte, estamos excluídos dos financiamentos mais baratos reservados aos países com rendimentos mais baixos", lamentou o dirigente.
O seu país precisa de cerca de 462 milhões de euros para atenuar os efeitos das alterações climáticas e a
economia local, que depende do turismo, não está em condições de obter esses
fundos por si só.
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