Eleições Legislativas possuem sempre um impacto nas
políticas do mar, pois cada partido possui uma visão própria e coincidem
muito pouco nas suas ideias.
Como sempre fazemos em cada acto eleitoral, revelamos o que
é proposto por cada partido com assento parlamentar (Por ordem do resultado da
última eleição):
Bloco de Esquerda
No Programa do Bloco de Esquerda, nomeadamente no ponto 4.4.
Levar a sério a adaptação às alterações climáticas: salvar vidas, proteger o
território, criar empregos. Associado aos pontos 4.4.6 e 4.4.7, pode ler-se o
seguinte:
. Criação de uma rede de áreas marinhas protegidas que
garanta a preservação da biodiversidade em pelo menos 30% do mar nacional;
. Aplicação de uma moratória à mineração no mar, protegendo
os ecossistemas marinhos;
. Restrições à pesca de arrasto, a defender pelo governo
português no plano europeu e internacional;
. Apoio à modernização e descarbonização da frota pesqueira
nacional;
. Monitorização em tempo real da atividade piscatória,
adaptando os meios ao tipo e dimensão das embarcações, e garantido a proteção
da informação recolhida;
. Promoção do consumo de pescado de espécies menos
procuradas e mais abundantes, contribuindo para a sustentabilidade dos recursos
marinhos;
. Revisão da Lei das Bases da Política de Ordenamento e
Gestão do Espaço Marítimo Nacional: substituição das concessões por 50 anos por
licenças renováveis atribuídas condicionalmente; introdução da coexistência de
critérios de ponderação de usos, considerando a importância climática do mar.
. Atribuição de apoios comunitários e nacionais apenas a
beneficiários que garantem que a mão de obra assalariada é assegurada através
de contratos de trabalho e sem recurso à subcontratação;
. Atribuição a sindicatos e comissões de trabalhadores o
direito a elaboração de parecer prévio, a remeter à Autoridade para as
Condições do Trabalho, que, com base nesse parecer, decide sobre medida de
majoração extraordinária de apoios comunitários e nacionais, a atribuir em
função de indicadores concretos que comprovem o respeito pela legislação
laboral;
. Promoção da segurança no trabalho marítimo, enfrentando de
forma sustentável o problema do assoreamento nos portos de pesca onde este
ocorre;
. Fixação de preços mínimos de primeira venda do pescado de
valor superior aos custos de produção;
. Definição de margens máximas de intermediação de pescado, de forma a garantir preços justos ao consumidor.
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