domingo, 8 de junho de 2025

Tráfego intenso nos portos do norte europeu pode prolongar-se até agosto


Os portos de contentores no norte da Europa continuam a enfrentar congestionamentos significativos, obrigando várias transportadoras marítimas a ajustar os seus serviços para contornar os terminais mais sobrecarregados. Portos como Roterdão, Antuérpia e Hamburgo mantêm atrasos consideráveis, levando operadores como a Maersk, CMA CGM e MSC a alterar horários, prolongar tempos de trânsito e redirecionar rotas.

A situação está longe de dar sinais de melhoria e, segundo as previsões mais recentes, os constrangimentos poderão estender-se, pelo menos, até agosto — altura que coincide com o fim da época alta para o comércio marítimo entre a Ásia e a Europa. Este cenário obriga as companhias a antecipar-se ao impacto operacional da crescente procura, ajustando as suas operações logísticas.

Nas últimas semanas, diversas empresas começaram a desviar os seus serviços dos portos mais afectados, procurando minimizar os impactos nos prazos de entrega. Ao mesmo tempo, os carregadores foram alertados para possíveis novas perturbações nas próximas semanas, num contexto marcado pela aproximação do pico sazonal nas rotas Ásia-Europa.

Entre os terminais mais atingidos está o de Roterdão — o maior porto europeu em termos de volume anual de TEU —, onde a acumulação de navios em espera é visível. Perante as limitações operacionais, a Maersk anunciou recentemente que, a partir de 25 de junho, o seu serviço transatlântico TA5 deixará de escalar Roterdão, passando a navegar diretamente de Felixstowe para Hamburgo.

Também a Mediterranean Shipping Company (MSC), antiga parceira da Maersk na aliança 2M, comunicou aos seus clientes que irá aplicar “reduções” — isto é, tempos de trânsito mais longos — em dois dos seus serviços durante este mês. A decisão prende-se com as “condições desafiantes do mercado”, que continuam a provocar congestionamentos e atrasos ao longo de toda a cadeia de abastecimento. Estas alterações irão afectar os serviços autónomos da MSC entre a Ásia e a Europa: o Britannia, que inclui escalas em Roterdão, Antuérpia e Hamburgo, e o Lion, com impacto previsto nas semanas 25 e 26, respectivamente. O loop do Lion inclui também escalas em Antuérpia.

No caso de Antuérpia, embora o congestionamento não atinja os níveis registados no início de maio — período marcado por uma greve nos setores público e privado em protesto contra cortes orçamentais do governo belga —, os atrasos continuam a ser relevantes. De acordo com a consultora Drewry, o tempo médio de espera nos terminais do porto aumentou de 32 horas na semana 13 para 44 horas na semana 20, o que representa um agravamento de 37%.

Perante este cenário, as transportadoras enfrentam um período desafiante, sendo forçadas a adaptar as suas redes e a gerir expetativas dos clientes numa fase crucial do calendário logístico internacional.

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