Na noite de domingo, o navio civil Madleen, com bandeira britânica, aproximava-se da costa de Gaza a partir do norte do Egito. A embarcação integra a Flotilha da Liberdade, uma coligação que se opõe ao bloqueio israelita à Faixa de Gaza e tem promovido missões marítimas com ajuda humanitária.
Greta Thunberg, que participa na missão, reconheceu à CNN os riscos envolvidos, referindo casos anteriores de violência e até mortes em flotilhas semelhantes, mas sublinhou que os perigos enfrentados pelos palestinianos são muito maiores. A organizadora Yasemin Acar afirmou que o grupo não pretende recuar e espera chegar a Gaza em dois dias.
O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que instruiu as Forças de Defesa israelitas a impedir a chegada do Madleen, afirmando que o navio “não será autorizado a entrar” e recomendando que “recuem”.
A Flotilha da Liberdade já tentou aproximar-se de Gaza noutras ocasiões, defendendo o fim do bloqueio. Após um bloqueio de 11 semanas, Israel voltou a permitir a entrada limitada de ajuda humanitária, mas organizações alertam que é insuficiente face à crise e ao risco de fome generalizada.
A bordo do Madleen seguem também a eurodeputada Rima Hassan e o actor Liam Cunningham. A tripulação tornou pública a localização da embarcação e está preparada para uma possível interceção. Francesca Albanese, relatora da ONU, afirmou que a missão representa mais do que ajuda — simboliza humanidade.
No mês anterior, outra embarcação da mesma coligação, o Conscience, foi alegadamente atacada por um drone em águas internacionais perto de Malta. Os organizadores responsabilizaram Israel, embora sem apresentar provas, e o exército israelita recusou comentar.
Estas missões têm renovado o debate internacional sobre o bloqueio a Gaza, confrontando as exigências de segurança de Israel com os princípios do direito humanitário.
Foto: Salvatore Cavalli/AP

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