domingo, 8 de junho de 2025

Estivadores franceses recusam-se a carregar peças de metralhadoras com destino a Israel.


O sindicato francês CGT, associado à extrema-esquerda e representante dos estivadores e trabalhadores portuários de Fos-sur-Mer, denunciou a presença de um carregamento contendo 19 paletes de elos metálicos para cintos de munição. Estes componentes, utilizados em metralhadoras, são produzidos pela empresa Eurolinks, sediada em Marselha, especializada na fabricação de peças para armamento automático.

O contentor, que tem como destino final o porto israelita de Haifa e cuja partida está prevista para quinta-feira, encontra-se actualmente bloqueado nas instalações portuárias do sul de França.

Segundo a CGT, a identificação do contentor foi possível graças a informações fornecidas por várias redes de activistas. Em comunicado, o sindicato declarou: “Recusamo-nos a carregar este contentor a bordo de um navio com destino a Haifa”.

A Eurolinks é responsável pela produção de elos que ligam cartuchos em cintos de munição, permitindo o funcionamento contínuo das metralhadoras. De acordo com o sindicato, estas peças são destinadas ao exército israelita e facilitam a continuação da ofensiva sobre a população palestiniana. “Estes elos são peças de substituição para metralhadoras utilizadas pelo exército israelita no massacre do povo palestiniano”, afirmou a CGT. “O porto de Marselha-Fos não deve servir para abastecer o exército israelita… os estivadores e trabalhadores do porto de Fos não serão cúmplices do genocídio em curso promovido pelo governo israelita.”

Em resposta, o Ministério das Forças Armadas francês desmentiu as alegações, afirmando que “a França não fornece armas a Israel”, numa declaração prestada à rádio pública FranceInfo.

O ministério esclareceu ainda que, de acordo com a licença atribuída à Eurolinks, os componentes exportados são montados em Israel, mas o produto final é destinado à reexportação para terceiros países, entre os quais se inclui a própria França. Apesar das tensões, o ministério sublinhou que Israel continua a ser considerado “um parceiro” estratégico. “Não nos privaremos da sua tecnologia nem das suas competências”, concluiu.

Apesar de terem existido dúvidas e especulações em Portugal sobre eventuais ligações entre exportações nacionais e o conflito em Gaza, até ao momento não foram identificadas provas de que armamento ou componentes produzidos em território português tenham sido enviados para Israel.

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