terça-feira, 12 de julho de 2016

Recifes de coral sofrem devido à alta temperatura do oceano


Os recifes de coral do planeta estão vivendo em águas mais quentes que o normal pelo terceiro ano consecutivo, um período sem precedentes. Esse "sofrimento" provoca o branqueamento de corais registado, que já é o mais longo registado,  informaram as autoridades norte-americanas.
O branqueamento coralino global começou em meados de 2014, decorrente do aquecimento global e de um fenómeno El Niño particularmente intenso, que resultou em temperaturas oceânicas mais altas que o normal, de acordo com a Administração Oceanográfica e Atmosférica Nacional (NOAA).
A NOAA apresentou a sua perspectiva sombria para os recifes de coral do mundo num simpósio internacional que se realizou no Honolulu, capital do Estado do Havaí.
Segundo a entidade, o impacto deverá ser particularmente forte nos recifes de territórios dos Estados Unidos. Os recifes no Havaí, Guam, Ilhas Marianas do Norte, Florida Keys, Ilhas Virgens Americanas e Porto Rico também estão vulneráveis.
"Todos os recifes de coral dos Estados Unidos já viveram em temperaturas acima do normal e mais de 70% deles foram expostos às prolongadas temperaturas altas que podem causar branqueamento", informou a NOAA.
A organização também observou que os estudos têm demonstrado que cerca de 93% da Grande Barreira de Coral da Austrália foi branqueada desde Abril.
Além disso, há 90% de chances de que o fenómeno iminente La Niña, que pode causar altas temperaturas oceânicas no Pacífico ocidental, cause um branqueamento difundido de corais na região da Micronésia, grupo de ilhas localizada na Oceânia.
"É hora de direccionar essa discussão para o que pode ser feito para conservar estes organismos incríveis perante este evento de branqueamento global sem precedentes", disse Jennifer Koss, Directora do programa de conservação de recifes de coral de NOAA.
Segundo Koss, os esforços locais de conservação se revelaram insuficientes, e é necessário um maior esforço global para responder aos efeitos das mudanças climáticas.
Os corais alimentam-se de algas microscópicas, chamadas de dinoflageladas, que vivem em grandes colónias na sua superfície.
As algas consomem nitrogénio, fósforo e outros nutrientes provenientes dos corais, e utilizam a luz para transformar essas substâncias em energia.
A fotossíntese também liberta energia nos tecidos do coral, o que lhe permite construir o exoesqueleto calcário que serve de habitat para estas algas unicelulares.
Quando o coral está sob stress, ele perde os seus essenciais dinoflagelados e embranquece.
O desaparecimento dos recifes de coral tem tido um grande impacto sobre o ecossistema marinho, porque eles fornecem alimento e abrigo para muitas espécies de peixes e crustáceos.

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