quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Maersk Line suspende escalas em Lisboa

Depois da Hapag-Lloyd, é agora a vez da Maersk Line anunciar a suspensão das escalas no porto de Lisboa por causa da greve dos estivadores.


A Maersk Line comunicou ao mercado a suspensão das escalas em Lisboa dos seus serviços WAF5 e WAF9, de ligação aos mercados de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

Em comunicado, a companhia dinamarquesa justifica a decisão com a ausência de “qualquer desenvolvimento na situação de greve existente no porto de Lisboa”. A paralisação iniciou-se em meados de Novembro e com o passar do tempo a situação vem-se deteriorando “levando a produtividade a níveis insustentáveis”, acrescenta a operadora.

De facto, a produtividade no porto da capital, que já não era brilhante na movimentação de contentores, terá atingido mínimos de sete movimentos/hora, provocando óbvios atrasos na libertação dos navios, com os operadores portuários e os dirigentes sindicais a responsabilizarem-se mutuamente pela situação.

Em alternativa a Lisboa, a Maersk Line anuncia que as cargas de exportação serão encaminhadas por Leixões ou Sines, enquanto as cargas de importação serão concentradas em Leixões.

Hapag-Lloyd foi a primeira a suspender as escalas

Antes da Maersk Line já a Hapag-Lloyd anunciara a interrupção das escalas no porto de Lisboa. Primeiro foi o serviço MCA (Mediterranean Canada Express), que trocou a capital por Leixões (que assim ganhou a primeira ligação directa à América do Norte).

Depois foi a vez do MPS (Mediterranean Pacific Service), sendo que neste caso a suspensão das escalas deixa Portugal fora da rotação, uma vez que Leixões não tem capacidade para receber os navios de tamanhas dimensões. “Uma situação que evidencia, se necessário, a urgência de avançar com a construção do terminal de -14 metros!”, referiu ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS uma fonte da TCL, a concessionária do terminal de contentores do porto nortenho.

Greve sem fim à vista

Enquanto isto, continua sem fim à vista a greve dos trabalhadores portuários. Pelo contrário, o seu prolongamento até ao fina do corrente ano é um dado praticamente adquirido por todos.

E assim sendo, mais companhias poderão optar por deixar o Tejo. Recorde-se que há dois anos a MacAndrews trocou em definitivo Lisboa por Setúbal. E o mesmo poderá fazer, por exemplo, a OPDR, que agora integra o grupo CMA CGM e que também já escala o porto do Sado.

Na origem da paralisação, convém lembrá-lo, está o fim do CCT dos trabalhadores portuários de Lisboa e a entrada em vigor plena da nova legislação do trabalho portuário.

Fonte: T e N

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