sexta-feira, 26 de julho de 2013

Resíduos de sardinhas em implantes ósseos e dentários


O projecto "Valor Peixe" pretende valorizar os subprodutos e águas residuais da indústria de conservas de peixe, tendo em conta que os desperdícios correspondem a mais de 50% do peixe processado. Segundo os investigadores, é possível utilizar as escamas e espinhas das sardinhas para implantes ósseos e próteses dentárias.

Actualmente, a indústria de conservas gera uma grande quantidade de subprodutos com elevada perda de nutrientes e impacto ambiental.
A Poveira, fábrica de conservas, promoveu, assim, o projecto "Valor Peixe" junto da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto de forma a "minimizar os problemas associados à indústria e explorar o valor acrescentado dos resíduos".
Segundo Manuela Pintado, coordenadora da iniciativa, "um dos materiais obtidos das espinhas e escamas de sardinha e cavala são compostos por Hidroxiapatita, um fosfato de cálcio que é o componente principal dos ossos humanos e animais e que possui uma alta biocompatibilidade".
No que diz respeito aos implantes ósseos, é possível utilizar o mineral para "revestimento de próteses e regeneração óssea". Este composto é ainda usado em implantes dentários e já se encontra na composição dos dentífricos.
A nível ambiental, a hidroxiapatita "tem elevado potencial" no "tratamento de águas residuais, sobretudo para remoção de metais pesados" tais como chumbo, cadmio e zinco". Para além disso, o composto pode também ser usado na área alimentar e cosmética.
O "Valor Peixe" vai "assegurar a implementação de soluções necessárias para reduzir o impacto ambiental de alguns resíduos" bem como "assegurar à empresa a possibilidade de produzir mais valor na sua cadeia de produção e demonstrar a outras indústrias um exemplo de sucesso a seguir", conta, ao JN, Manuela Pintado.
O consumidor também pode beneficiar com o projecto pois terá a "possibilidade de encontrar produtos diversificados recorrendo a fontes naturais, com igual eficácia, valor e segurança e ainda mais sustentáveis".

Fonte: JN

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